Em entrevista para a CNN neste domingo (12), o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Larry Summers afirmou que o país precisa estar preparado para enfrentar um período de recessão. Com a inflação acumulada no país alcançando os maiores níveis em mais de 40 anos, a maior economia do mundo pode estar à beira de um período muito conturbado.
De acordo com Summers, o maior vilão da inflação no país e ao redor do Globo são os preços em disparada de commodities energéticas, como gás natural e petróleo. Questionado se a inflação nos EUA chegou ao pico, o ex-secretário do Tesouro afirmou que a situação “depende do presidente Putin” e que é provável que os preços avancem ainda mais no futuro próximo.
“Os preços da gasolina são influenciados pela situação geopolítica ao redor da Ucrânia”, apontou o economista. Segundo ele, não há muito o que o governo norte-americano possa fazer para reduzir os preços, que recentemente chegaram a US$ 5 por galão (aproximadamente 3,8 litros).
Na última sexta-feira foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) para maio no país. O indicador oficial da inflação norte-americana superou as expectativas do mercado e teve alta de 1,0% no período, chegando a um acumulado de 8,6% nos últimos 12 meses. Este é o maior valor acumulado do CPI desde dezembro de 1981.
“Quando a inflação está alta como está agora e o desemprego está baixo como está agora, quase sempre resulta em um período de recessão em até dois anos”, apontou Summers. “As projeções do Fed tenderam a ser muito otimistas, eu espero que eles entendam completamente a gravidade do problema”.
“Acho que os otimistas estavam errados há um ano ao dizer que não tínhamos inflação e acho que eles estão errados agora se alguém está altamente confiante de que vamos evitar a recessão”, afirmou o economista. Segundo ele, o governo norte-americano precisa estar preparado para enfrentar a recessão caso a mesma chegue.
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Professor de Economia em Harvard até os anos 1990, Larry Summers se tornou uma das figuras mais influentes da economia mundial ao longo das últimas décadas. Foi economista chefe do Banco Mundial, secretário do Tesouro dos EUA durante a administração de Bill Clinton e, mais recentemente, trabalhou como diretor do Conselho Econômico Nacional. É um dos ‘gurus’ do Partido Democrata, a quem serve de consultor em pautas econômicas até hoje.
