Nesta sexta-feira (08), o primeiro-ministro do Japão Fumio Kishida anunciou mais uma rodada de sanções do país à Rússia em resposta à invasão da Ucrânia. Hoje, o país asiático baniu as importações de carvão russo, além da expulsão de oito diplomatas russos em território japonês.
O Japão ainda não havia anunciado um pacote robusto de sanções em resposta ao conflito no leste europeu, que se estende desde o dia 24 de fevereiro. Ontem (07), o G7 – bloco econômico com os sete países mais industrializados do mundo – havia publicado uma nota oficial afirmando que os países membros iriam endurecer ainda mais as sanções contra Moscou.
“A Rússia violou repetidamente o direito internacional humanitário matando civis e atacando usinas nucleares. Estes são crimes de guerra imperdoáveis”, apontou premier japonês. “Com medidas decisivas e suporte que atenda às necessidades do povo ucraniano, deixaremos claro que a comunidade internacional nunca aceitará a violência russa e o Japão está junto com a Ucrânia”.
Atualmente, o Japão é o terceiro maior importador de carvão do mundo. Exatamente por isso o país demorou para concordar em se juntar aos países do Ocidente nas sanções contra a commodity russa. O ministro de Comércio Koichi Hagiuda afirmou que as importações de carvão russo serão diminuídas gradualmente enquanto o país procura por novos fornecedores.
Segundo dados do governo japonês, o carvão russo corresponde a 11% do total que o país importa da commodity de outros países. A Rússia também é o quinto maior fornecedor de gás natural do mercado japonês.
“Nós precisaríamos encontrar fornecedores alternativos ou enfrentaríamos dificuldades para garantir o carvão doméstico que poderia levar a falta de energia e tal. Precisamos evitar tal situação”, apontou Hagiuda. “Vamos cooperar com as sanções contra a Rússia sem sobrecarregar a indústria doméstica”.
O movimento de expulsão de diplomatas também é bem raro por parte do Ministério de Relações Exteriores do Japão, mas as divergências com a Rússia não são de hoje. Oficialmente, os dois países ainda não assinaram um acordo de paz que encerre as hostilidades da Segunda Guerra Mundial entre as duas nações.
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Isso porque os dois disputam o controle sobre as Ilhas Curilas. Nos últimos anos, as duas nações tinham avançado em conversas por um acordo de paz e para a elaboração de projetos econômicos para o desenvolvimento do arquipélago. Com o anúncio das primeiras sanções contra a Rússia, há cerca de três semanas, o Kremlin respondeu suspendendo as negociações com o Japão.