Na próxima quinta-feira (02), o Banco Central Europeu (BCE) conduz a sua primeira reunião de política monetária de 2023. Desde a última reunião, quando a autoridade monetária da zona do euro elevou os juros em 50 pontos-base, o mercado tem precificado diferentes cenários para a próxima reunião.
Com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da região fora de sua máxima histórica, especialistas do mercado consideram que o BCE pode diminuir novamente o ritmo do aperto monetário em fevereiro. Na ata da última reunião, no entanto, a instituição reforçou seu compromisso em trazer a inflação da zona do euro de volta à meta de 2% ao ano no médio prazo.
Nesta terça-feira (24), uma entrevista com o membro do Conselho do BCE Fabio Panetta foi publicada no portal do BCE. Segundo ele, a autoridade monetária deve elevar os juros em nível semelhante ao aumento executado em dezembro.
“Dado que a inflação já estava alta há algum tempo, isso desencadeou um novo ajuste da política monetária”, apontou Panetta. “Era razoável aumentar as taxas em dezembro e sinalizar um passo semelhante em fevereiro”.
Questionado sobre a possibilidade de o BCE fornecer maiores indicações sobre os rumos da política monetária da zona do euro, o membro do conselho apontou que a instituição depende não pode se comprometer a seguir uma trajetória de juros pré-estabelecida no médio e longo prazo.
“Era razoável aumentar as taxas em dezembro e sinalizar um passo semelhante em fevereiro. Mas, depois de fevereiro, qualquer orientação incondicional – ou seja, orientação não relacionada às perspectivas econômicas – se afastaria de nossa abordagem baseada em dados”, explica. “Nos esforçamos para ser previsíveis, mas a situação atual não exige que nos comprometamos com um caminho de taxa específico por muito tempo ou sem referência aos dados”.
Segundo o executivo, todas as decisões de política monetária do BCE serão tomadas com base em análises de dados e contexto macroeconômico e com um objetivo principal: trazer de volta a estabilidade aos preços na zona do euro. Ainda de acordo com Panetta, a inflação na região deve permanecer acima da meta de 2% ao ano pelo menos até 2025.
Apesar de uma rápida desaceleração projetada para o CPI da zona do euro ao longo de 2023, o membro do Conselho do BCE aponta que outros fatores manterão a alta dos preços acima do desejado nos próximos anos.
Um deles é o aumento dos salários na região. Panetta explica que as remunerações devem subir ao longo dos próximos meses e trazer consigo uma pressão inflacionária. O executivo explica ainda que a retirada das medidas de contenção dos preços de energia atualmente em vigor em países da zona do euro deve, ainda, trazer novas pressões inflacionárias em 2024 e 2025.
Apesar de reforçar o compromisso do BCE em trazer a inflação de volta à meta, Panetta não deu indicações claras sobre qual deve ser a decisão da instituição na próxima quinta e considerou ‘inapropriada’ discutir valores neste momento. Você pode conferir a entrevista completa – em inglês – de Fabio Panetta no site do BCE.
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