Segundo comunicado pelo vice-chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, Ihor Zhovkva, a Ucrânia concluiu o questionário de adesão à União Europeia (UE). O preenchimento do documento, entregue a Zelensky no último dia 8 pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é considerado o primeiro passo para que a Ucrânia possa fazer parte do bloco.
Agora, o próximo passo é o parecer da Comissão Europeia detalhando se a Ucrânia cumpre ou não os requisitos necessários para fazer parte da UE. “Esperamos que a recomendação seja positiva, e então a bola estará do lado dos estados membros da UE”, afirmou Zhovkva.
O vice-chefe do gabinete de Zelensky ainda afirmou esperar que a Ucrânia receba o status de candidato a membro já na próxima reunião do Conselho Europeu, agendada para os dias 23 e 24 de junho.
A adesão à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) são desejos antigos na Ucrânia e, também, um dos motivos para o conflito com a Rússia. Moscou mostra descontentamento em relação a aproximação da Ucrânia, um antigo aliado, dos blocos ocidentais.
Durante o conflito, Zelensky tem mudado bastante seu discurso sobre a entrada da Ucrânia na UE e na OTAN. Em momentos, o presidente ucraniano tem mostrado descontentamento com o apoio considerado insuficiente dado pelos países do Ocidente à Ucrânia desde o início da operação militar russa em solo ucraniano.
O líder ucraniano chegou a falar em desistir de entrar para os blocos como forma de facilitar o final do conflito. Nas últimas semanas, no entanto, com o acirramento do conflito, a Ucrânia voltou a investir em uma entrada na União Europeia. Até o momento, uma adesão ucraniana à OTAN parece continuar descartada.
Saiba mais
No dia 24 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o início de uma operação militar em solo ucraniano. Para o fim do conflito, o Kremlin demanda que a Ucrânia se mantenha neutra e não entre e desista de sua entrada na OTAN e que Kiev reconheça a independência das repúblicas autodeclaradas de Donetsk e Lugansk, na região do Donbas.
Ontem (17), no entanto, Zelensky afirmou que não abrirá mão do Donbas por não confiar nas forças russas. “Não confio nos militares russos, nem na liderança russa. Por isso, entendemos que, mesmo com fato de termos lutado e eles terem deixado Kiev, não significa que, se eles ganharem Donbas, eles não irão mais (avançar) em direção a Kiev”, apontou.