A União Europeia (UE) propôs nesta quarta-feira (04) mais uma rodada de sanções contra a Rússia por conta do atual conflito em solo ucraniano. Depois de muita especulação, o bloco econômico europeu finalmente apresentou planos para cessar as importações de petróleo russo, que deve acontecer de forma gradual.
A proposta da UE chega em um momento crucial da guerra, que completa 10 semanas de duração amanhã (05). A Rússia tem aumentado a intensidade dos ataques, principalmente no leste e no sul da Ucrânia, mas também tem causado danos na parte ocidental do país vizinho, dificultando a logística para entrega de armamentos às forças ucranianas. Ao norte de Kiev, exercícios militares promovidos por Belarus – país aliado da Rússia – também são fonte de preocupação.
Com a guerra no leste europeu, a Rússia sofreu nos últimos dois meses os pacotes de sanções mais severos da história. Com o objetivo de pressionar ainda mais Moscou, a Comissão Europeia propôs uma redução gradual das importações petróleo russo, zerando a entrada de petróleo cru em até seis meses e de produtos refinados a base da commodity até 2022.
Após a notícia, os preços do petróleo entraram em movimento de alta no mercado internacional. O barril de Brent, usado como referência, subia 3,69% às 9h38 (horário de Brasília) de hoje, com preço a US$ 108,84.
A proposta da Comissão Europeia ainda precisa ser aprovada pelos países-membros da UE. Caso aprovado, o embargo ao petróleo russo levanta uma série de incógnitas sobre a região, já que a Europa ainda tem uma grande dependência energética das importações de petróleo e gás russo.
De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, a Hungria e a Eslováquia pediram para não participar do embargo por enquanto. Quanto às importações de gás natural russo, ainda não há perspectiva de um embargo vindo da UE.
“Sejamos claros: não será fácil”, apontou em seu Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Mas nós simplesmente temos que trabalhar nisso. Nós vamos garantir a eliminação gradual do petróleo russo de forma ordenada”. O objetivo, segundo von der Leyen, é “maximizar a pressão sobre a Rússia, minimizando o impacto nas nossas economias”.
Além do banimento gradual das importações de petróleo, von der Leyen também anunciou algumas outras medidas contra a Rússia nesta quarta-feira. Foram sancionados o maior banco russo, o Sberbank, dois credores, três emissoras estatais russas, além de oficiais do exército russo e outros indivíduos acusados de crimes de guerra na Ucrânia.
Em resposta à nova rodada de sanções, Moscou respondeu a UE de forma crítica. O Kremlin – presidência russa – afirmou em nota que o corte das importações de petróleo resultará em um grande aumento nos custos de vida para os cidadãos do Velho Continente.
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