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Renda fixa: entenda por que você precisa investir nesse mercado

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Segurança, liquidez e rendimentos: esses são, provavelmente, os três atributos mais importantes de uma aplicação financeira. Como nós já sabemos, no entanto, é quase impossível ter um investimento disponível no mercado que ofereça tudo isso para os investidores. 

Exatamente por isso, a diversificação é a palavra-chave quando falamos de investimentos. Para os melhores resultados a longo prazo, o melhor caminho para o investidor é montar uma carteira de ativos diversificada, com investimentos de diferentes naturezas e com diferentes condições de aplicação. 

Dessa forma, é possível chegar a um equilíbrio, onde o investidor tem seu patrimônio protegido contra a inflação e outros eventos macroeconômicos, com lucros reais e uma parcela do patrimônio sempre disponível para suprir uma emergência. 

Na semana passada, aqui na Smart Money, nós te mostramos como montar uma reserva de emergência, uma parcela do seu capital que deve ser exposta ao menor risco possível e ter liquidez imediata, ou algo próximo disso. 

O mundo da renda fixa, no entanto, vai muito além da reserva de emergência. No mercado de ativos com rendimentos fixados, há uma grande oportunidade para o ganho de capital, principalmente em momentos de taxas de juros altíssimas como o que estamos vivendo hoje. 

Hoje, vamos te mostrar mais sobre esse mundo da renda fixa e porque você deve alocar parte de seu capital em ativos fixados. Confira! 

O que é a renda fixa? 

Não há necessidade para se alongar aqui, o nome é autoexplicativo. Na renda fixa, o rendimento das suas aplicações varia de acordo com indexadores pré-determinados e não sofrerá influência das oscilações do mercado, por exemplo. 

Isso não quer dizer que você saberá o rendimento exato de um investimento de renda fixa no momento da aplicação, isso dependerá da natureza dos ativos. Existem, de forma geral, dois tipos de investimentos de renda fixa: os ativos pré-fixados e pós-fixados

Nos investimentos pré-fixados, o investidor sabe o rendimento exato no momento da aplicação. No caso de um CDB pré-fixado, você verá o mesmo sendo promovido de acordo com seu rendimento anual. No início deste ano, por exemplo, o Banco XP ofertou uma taxa pré-fixada de 14% ao ano em seu certificado de depósito bancário. 

Já os ativos pós-fixados têm seu rendimento calculado a partir de um indexador, que pode ser o IPCA, a taxa Selic ou a taxa DI, por exemplo. Neste caso, você não saberá o rendimento exato no momento em que faz a aplicação, ele será determinado de acordo com a performance do indexador durante o período de validade da aplicação. 

Se você comprar, por exemplo, um CDB com rendimento de 200% do CDI com vencimento em cinco anos, o rendimento do seu investimento irá ser estabelecido de acordo com o acumulado da taxa DI ao longo desses cinco anos. Se a taxa DI acumulou 40% nesses cinco anos, seu título renderá para você um retorno de 80%.

Por que investir em renda fixa? 

Bom, pela natureza da renda fixa, é natural pensarmos nesse tipo de investimento como uma maneira de “apenas” proteger o capital contra a inflação. O mercado de renda fixa, no entanto, vai muito além das reservas de emergência e títulos com rendimentos conservadores. 

Especialmente em momentos em que as taxas de juros estão altas, o mercado de renda fixa se torna uma grande oportunidade para você garantir taxas de rendimento acima da média no médio e longo prazo. Hoje, para você ter uma ideia, o Brasil tem a segunda maior taxa de juros básica do mundo, atualmente em 11,75% ao ano – atrás apenas da Rússia, onde os juros estão em 17,50% ao ano. 

Mas esse movimento de alta na taxa de juros brasileira, em alta desde março do ano passado após sua mínima histórica de 2% ao ano, não deve persistir no longo prazo. Para o especialista em investimentos Vinicius Teixeira, sócio e head da área de Growth da Messem Investimentos, o momento é de aproveitar essa oportunidade de grandes rendimentos na renda fixa. 

“Com o passar dos tempos, os juros vêm ficando cada vez mais baixos”, aponta Vinicius. “Uma taxa de juros muito alta dificulta o crescimento de uma economia. Porém, como a economia oscila entre ajustes, aumentos e diminuições ao longo do tempo, a gente precisa fazer alguns ajustes de curso”. 

Esses ajustes, segundo Vinicius, são o que obrigam os bancos centrais e seus comitês de política monetária a aumentarem as taxas de juros. Desde o ano passado, começando pelas economias emergentes, iniciou-se um movimento de alta de juros para conter a inflação que veio após um período de juros historicamente baixos como forma de estímulo às economias durante a pandemia de Covid-19. 

“Porém, a gente (o mercado financeiro) acredita que esse movimento da taxa de juros acima dos 10% ao ano é muito pontual. Ele visa corrigir um pouco da situação econômica, diminuir um pouco o consumo e o acesso a crédito das pessoas para ter um controle maior da inflação que atingiu níveis preocupantes”, explica. Com a tendência de queda da taxa de juros no médio e longo prazo, surge uma oportunidade enorme para o investidor entrar no mercado de renda fixa. 

“Após conseguir ter essa correção, trazer a inflação pra meta, essa taxa de juros vai cair novamente”, aponta. “Então, a gente está vivendo um momento único para aquele investidor que gosta de investir em renda fixa, para ele alocar parte considerável desse capital em renda fixa aproveitando essa taxa de juros alta que não vai se manter por muito tempo”. 

Para Vinicius, o momento é de buscar investimentos com vencimentos mais longos, ‘travando’ os juros a níveis mais atraentes no futuro, quando a Selic deve voltar a patamares mais baixos. “Muitas vezes eu vejo investidores que querem aproveitar a renda fixa comprando títulos de renda fixa com uma taxa relativamente alta, porém com vencimentos curtos, de 3 anos ou menos”. 

“Daqui a três anos, é muito provável que essa taxa esteja muito mais baixa do que está agora, então quanto mais longo for o vencimento desse ativo, por mais tempo o investidor consegue garantir essa taxa de rentabilidade acima do comum”, explica.


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Investimentos de vencimento mais curto também tem uma desvantagem tributária em relação a ativos mais longos. A alíquota do Imposto de Renda para investimentos de renda fixa geralmente segue uma tabela regressiva, que vai desde 22,5% até 15% e, para atingir a maior eficiência tributária possível, o investidor deve focar em ativos de no mínimo dois anos de vencimento. 

“É uma super oportunidade (o contexto atual), todo investidor – seja ele conservador, moderado ou agressivo – precisa ter uma fatia do patrimônio em renda fixa”, finaliza Vinicius. 

Guilherme Guerreiro

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