O país vive um cenário inédito com as taxas de juros baixas e com as medidas de otimização da economia – Reforma da Previdência e Reforma Tributária. Isso converge para um ambiente de negócios único no Brasil. O diretor e gestor da mesa de renda variável da GX Investimentos, Vinícius Teixeira, explica que antes o país tinha foco de investir em aplicações de baixo risco e ter alto retorno, só que com a mudança de cenário isso não vem acontecendo.
Com a atual taxa de 5,9% e a inflação controlada, os investimentos passam a ser feitos na economia real, assim o retorno acontece mais facilmente. Com foco nesse cenário e pelo interesse cada vez maior das pessoas em investir seu dinheiro, a partir de hoje o Diário Popular irá publicar, pelos próximos quatro finais de semana, uma série de reportagens sobre a economia. A primeira trata das taxas de juros e do ciclo econômico atual.
Para quem já possui o hábito de investir, a dica é fazer um equilíbrio na carteira e avaliar o seu perfil. Caso o investidor seja uma pessoa mais conservadora, a tendência é procurar investimentos com rentabilidade mais baixa, mas sem correr qualquer tipo de risco. Para as pessoas mais arrojadas, a sugestão é investir em torno de 40% da carteira de investimentos em ações. Essa categoria terá vantagens no atual momento.
Já para quem quer iniciar no mundo dos investimentos, o primeiro passo é entender os objetivos, como, por exemplo, se ele é de curto, médio ou longo prazo. A partir disso, se pesquisa o que se encaixa melhor no perfil de risco do futuro investidor. Segundo Teixeira, é essencial para o processo saber quanto tempo esse recurso ficará imobilizado.
As baixas taxas são sinais do aumento da confiança do mundo no Brasil. “Estão acreditando que o Brasil crescerá cada vez mais”, afirma
o diretor. A queda também é reflexo do que acontece no restante do mundo, como nos Estados Unidos, onde a taxa de juros é de 2,5%. Além disso, o país norte-americano está projetando novas quedas para reduzir o juro, e isso abre espaço para a redução ocorrer também no Brasil.
O desconforto gerado pela queda faz com que o investidor mude a cultura de investimentos que tinha, pois agora ele passa a analisar a rentabilidade dos antigos investimentos e percebe que é necessário sair da zona de conforto e buscar outras opções para conseguir aumentar os recursos.
Todo esse cenário contribui para que mais empresas invistam no Brasil e as já instaladas aqui passem a conseguir empréstimos mais acessíveis. Com isso, a contratação de pessoas nas empresas aumenta e, consequentemente, o pico de crescimento econômico também.
As expectativas para o futuro são boas. Com os ajustes finos sendo aprovados, o início de 2020 já será marcado pelos efeitos da economia real, projeta-se. Pois com o otimismo do empresário aumentando, retornarão os investimentos, “seja para comprar uma máquina, renovar a frota de caminhões”, explica Teixeira. Então, a promessa é de um ambiente mais propício para investimentos e empreendedorismo.