As ações da MMX (MMX3) ressurgiram na B3 com valorização de 1.922,47%, a R$ 36 por ação. A empresa, que representou grande frustração para os investidores quando o império de Eike Batista começou a ruir em 2014, voltou ao olhar do mercado no final de setembro. Em informação de fato relevante, a MMX anunciou que protocolou petição junto ao juízo de sua recuperação judicial para tentar recuperar o ativo Mina Emma, oferecido aos credores no processo de recuperação judicial.
Os investidores demonstraram entusiasmo com os novos desdobramentos, visto que a empresa está sem operação há quatro anos e até o momento, o volume negociado com as ações da MMX não passava dos R$ 10 mil. Desde o pronunciamento da empresa, os papéis começaram a movimentar R$ 11,08 milhões no dia 7, e o giro subiu sucessivamente até ultrapassar os R$ 100 milhões na sessão de ontem (13).
A OSX (OSXB3), da área de construção naval, também apresentou alta considerável na B3. Na última sessão, os papéis da empresa valorizaram 153,01%, a R$ 21 reais. No mês, a alta acumulada foi de 376,19%. Juntas, as duas empresas, que estão em recuperação judicial, somam dívidas na casa dos R$ 7 bilhões. A MMX já teve falência decretada em 2019, mas o processo não prosseguiu devido a uma liminar judicial.
Ambas empresas foram questionadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a movimentação atípica das ações. A OSX se pronunciou dizendo que “não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante que poderia dar ensejo às oscilações atípicas do volume e do valor de cotação das ações”. A MMX alegou que o interesse nas ações da empresa pode ter sido motivado pela esperança dos investidores de que a empresa volte a operar.
Segundo a Revista Veja, Eike Batista já está planejando seu retorno para as companhias, enquanto aguarda a homologação de sua delação pelo Supremo Tribunal Federal. O processo envolve a investigação por corrupção de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. Eike, entretanto, se mostra confiante, mesmo proibido de ocupar cargos de administração em companhias abertas pelos próximos sete anos, de acordo com a condenação imposta pela CVM.
De acordo com Norton Fabrizio, sócio da GX Investimentos, escritório credenciado XP, o investidor precisa prestar a atenção aos fundamentos empresariais antes de decidir investir. Indicadores como a capacidade de geração de caixa, faturamento e lucro ao longo dos anos são fatores importantes e que ainda não são passíveis de avaliação neste caso. “O investidor precisa estar atento e buscar mais informações em researches especializadas, como a Eleven e a própria XP, antes de decidir investir.”, reforça Fabrizio.
Foto: Estadão Conteúdo / Reprodução
