A Ambev (ABEV3), a 14ª maior empresa do país em receita líquida, com o controle de cerca de 68% do mercado brasileiro de cerveja, se prepara para reportar seus dados (resultados do 3º trimestre) no próximo dia 29. A expectativa em torno destes números já começou a movimentar algumas ações.
Uma das razões em torno dessa expectativa, positiva por sinal, é o esperado grande volume de vendas do carro chefe da empresa, a cerveja. Foi traçado um crescimento de 14% nas vendas no 3º trimestre no país (na comparação anual), sendo que os preços deverão ser melhores apenas no 4º trimestre.
Porém foi a estimativa de recuperação em meio aos números dos dois últimos meses do 3º trimestre que fizeram com que a ação desse um pulo para 9,65% apenas neste início do 4º trimestre (até o dia 13). Isso representou um índice duas vezes maior que o do Ibovespa, no mesmo período, que alcançou 4,12%. Com esse avanço, a ação conseguiu superar parte das perdas registradas no ano (26%), enquanto o Ibovespa teve uma queda de cerca de 15% em 2020.
Essa reação positiva da Ambev, frente ao mercado financeiro, deve-se, segundo analistas, ao posicionamento da empresa, frente a um panorama que se mostra competitivo, assim como a reabertura das atividades no país. Se tratando do setor cervejeiro, especula-se que o 3º trimestre deva ser o mais forte no país. A expectativa é de um pulo na produção de 20% em agosto, com alta de 23% em julho e 15% em setembro.
Outros fatores abonam o panorama em alta, como a falta de cerveja, a maior registrada em 24 meses. Conforme os números, a escassez está em em 16% versus um número entre 9,5% e 10% entre julho e agosto do ano passado. A análise é de que isso possa estar ocorrendo devido a falta de garrafas e latas. Sem contar o registro de que a Itaipava apresentou problemas no varejo, no início da pandemia. Desta forma, o aumento do consumo, associado a assistência emergencial e problemas de abastecimento de concorrentes, pode representar uma demanda forte para a Ambev.
Há ainda mais um aliado forte neste panorama positivo para a cervejaria, que inaugurou uma fábrica só de latinhas em Minas Gerais. No início da pandemia, houve um aumento do consumo da bebida em lata, o que se tornou um entrave para a empresa, solucionado agora, com a fábrica apresentando uma produção de 1,5 bilhão de latas por ano.