Em evento realizado pela empresa, a vice-presidente e analista sênior do rating brasileiro da Moody’s, Samar Maziad, informou que a agência espera, ainda neste ano ou no começo de 2021, algum avanço do país em relação às reformas de ajuste fiscal. O alerta da agência de classificação de risco foi motivado pela preocupação com o aumento da dívida pública brasileira, causado principalmente pela pandemia de coronavírus.
Na semana passada, a S&P também anunciou a possibilidade de reavaliar o rating brasileiro. Entre os motivos citados pela agência, estavam a preocupação com os meios encontrados para a viabilização do Programa Renda Cidadã e a trajetória fiscal do país.
Desde maio, o Brasil passou a ser considerado Ba2 pela Moody’s. Essa classificação enquadra o país como “estável” e impede que o Brasil volte a ser considerado grau de investimento, indicação influente para investidores estrangeiros. Em 2008, o Brasil conquistou o grau de investimento, porém, em 2015, as agências Fitch e Moody’s, puxadas pela S&P, retiraram o selo de bom pagador.
A Moody’s projeta que a relação entre a dívida pública bruta e o PIB brasileiro supere os 97% em 2021 e ressalta que uma reestruturação no ajuste fiscal é essencial para que o Brasil garanta um crescimento que sustente a recuperação econômica para o próximo ano. Samar Maziad também revelou que nutre expectativas sobre a manutenção do teto de gastos, já que considera este fator como a principal âncora fiscal do Brasil.
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