O Banco Central informou novo recorde de fuga de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira. Ao todo, R$ 87,5 bilhões de capital externo foram retirados da B3 entre janeiro e setembro de 2020. A retirada ultrapassou os R$ 44,5 milhões em 2019, que já representava recorde de fuga até então.
Em março, o pior índice foi registrado. No ápice da pandemia do novo coronavírus, mais de R$ 24 bilhões foram sacados por investidores. O saldo negativo se manteve até junho, quando houve entrada de R$ 343 milhões de capital estrangeiro na B3. Entretanto, nos meses seguintes, as saídas foram maiores, de R$ 8,4 bilhões em julho e R$ 444,1 milhões em agosto.
Uma das maiores preocupações dos investidores de fora é quanto ao futuro fiscal brasileiro, que está comprometido pelos gastos realizados pelo governo para tentar conter os danos causados pela pandemia. O Banco Central também revelou que o Brasil é o quarto país que mais adotou estímulos fiscais como percentual do PIB em 2020, ficando atrás somente do Japão, Canadá e Estados Unidos. A Alemanha empatou com o Brasil na quarta posição, com cerca de 9,5% de volume de recursos destinados ao combate dos efeitos da pandemia.
A saída dos estrangeiros do país é alarmante pois, mesmo com as recentes retiradas, o percentual de capital estrangeiro na bolsa é de cerca de 48,5% do volume total de compras e vendas de papéis movimentados em setembro. O enfraquecimento do real também é motivado pela queda no investimento de fora e o dólar já acumula alta de 40,14% em relação à moeda brasileira em 2020.
