Nestes 10 meses de 2020, a inflação para as camadas mais pobres do país foi de 3,68%, enquanto que a de renda alta ficou em 1,07%. A disparidade dos números no panorama se dá junto aos preço dos alimentos, que triplicou nesta relação entre as classes sociais da população. Economistas preveem que os preços dos alimentos vão continuar subindo, em menor escala, mas em números perceptíveis.
Levando-se em conta um apuração do IBGE, a alimentação completa, que inclui comer e beber, ficou nestes 10 meses do ano 9,75% mais caro, nos índices da inflação pelo IPCA-15, que subiu 2,31 neste período. Pesando somente os alimentos consumido comprados em supermercados, o crescimento de preços foi de 12,69%, o que representou 30% do cálculo da inflação de baixa renda. Nos mais ricos, não alcançou 10%.
Isso fez com que a inflação chegasse nas camadas mais baixas subindo 5,48%, de outubro de 2019 a outubro de 2020, ou seja acima da meta de 4,0%, pretendida pelo Banco Central. Entre os de maior poder aquisitivo, a inflação foi de 2,50% neste período de 12 meses. Os números comprovam que o impacto da suba de preços é muito menor entre as camadas mais ricas. Lembrando que a renda domiciliar mais baixa considera o valor de R$ 1.650,50 mensais e a mais alta acima de R$ 16.509,66 mil.
tom
Os alimentos que mais subiram são os mais comprados pela classe de menor renda, justamente para aqueles que destinam uma fatia maior de seu orçamento para a alimentação, ou seja, o arroz, o feijão, ovos, leite, carne e óleo de soja. São alimentos considerados insubstituíveis e sem possibilidade de troca. Nestes 10 meses o arroz teve um acréscimo de 51,72%; o feijão carioca teve uma elevação de 21,15% neste período; a farinha de trigo está 13,76% mais cara.
E há outros alimentos mais consumidos em que a alta varia de 65,08%, como o óleo de soja e o tomate, 52,93%. Esta suba é analisada pelos economistas em relação à valorização do dólar e à procura externa, que estimulou a elevação das exportações brasileiras, quanto por um aumento nas compras em supermercados por alimentos básicos, justificada pelo pagamento do auxílio emergencial. Porém esta situação positiva na demanda doméstica pode mudar em função da redução do auxílio de R$ 600 para R$ 300, mas sem previsão de uma diminuição em larga escala do consumo, pois são itens de primeira necessidade. A inflação no setor alimentício, acreditam os analistas econômicos, deverá ser conciliada apenas no 1º trimestre de 2021.