O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou atenção para a urgência por avanços na agenda de equilíbrio fiscal no Brasil. Para o deputado, caso a base do governo continue a obstruir as pautas propostas construídas no Plenário, a economia brasileira pode se deteriorar severamente nos próximos meses.
“O Brasil vai explodir em janeiro se as matérias não forem votadas. O dólar vai a R$ 7, a taxa de juros de longo prazo vai subir”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. A base do governo está obstruindo a votação de medidas provisórias e outros projetos, como o incentivo à navegação de cabotagem, em razão de um descumprimento do acordo para instalação da Comissão Mista de Orçamento.
Segundo Maia, a obstrução prejudica também os projetos propostos pelo governo, como o novo programa de habitação a substituir o Minha Casa, Minha Vida. Além da base do governo, partidos de esquerda também obstruem a pauta, pressionando pela alteração da MP que alterou o valor do auxílio emergencial para R$300, solicitando a manutenção do valor de R$600 até dezembro.
Maia alerta que o governo deve se mobilizar para garantir a manutenção do teto de gastos para evitar a recessão da economia nos próximos anos. “Se a base do governo obstruir a pauta, é o Brasil que vai pagar a conta”, afirmou o presidente da Câmara. Segundo Maia, a agenda econômica dos próximos 6 meses tocada pelo governo federal deve ter influência considerável na força política com que Bolsonaro e sua base terão nas eleições de 2022.
O deputado ainda fez um apelo para que Bolsonaro se posicione a respeito das eleições norte-americanas e parabenize o presidente eleito Joe Biden. “Espero que o governo brasileiro possa parabenizar o presidente eleito o mais rápido possível, respeitando o resultado das urnas”, afirmou. Para Maia, é fundamental para a política brasileira que o governo brasileiro se mantenha pragmático em suas relações com os EUA, dando prioridade para uma abordagem diplomática que favoreça os interesses comerciais e políticos do Brasil.
Imagem em destaque: CNN Brasil / divulgação