O aumento de “influenciadores” digitais e YouTubers sobre mercado financeiro, além do aumento de pessoas físicas investindo na bolsa, chamou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia publicou um ofício circular nesta quarta-feira (11) definindo o que exatamente classifica a profissão de analista. Analistas de investimentos devem, por exemplo, ser credenciados pelo órgão.
Outros dos critérios citados pela CVM que indicam a regularidade de alguém como analista são: frequência nas publicações, remunerações ou benefícios gerados pelas recomendações, cobrança de taxas de adesão ou assinatura, receitas indiretas, assim como a linguagem e expressões usadas.
A prática de produzir conteúdo para a internet dizendo que é apenas um “opinião”, e não “recomendações de investimentos” é comum, e a CVM disse que neste caso não há consequências legais de imediato. O problema está em quem oferece essas dicas do mercado financeiro sem estar devidamente regularizado, e recebendo remuneração em troca. A prática pode dar de 6 meses a 2 anos de prisão, além de multa.
Segundo o Daniel Maeda, superintendente da CVM, a intenção da autarquia não é de censurar.
“Sinto que existe uma expectativa de alguns investidores de que a CVM seja quase um órgão de censura. A internet é um ambiente livre. O que nos interessa (monitorar) é a atividade profissional, que exige capacitação e credenciamento”, disse Daniel ao Estadão.
O público que investe na bolsa, além de estar ficando mais jovem, bateu recorde neste ano. A Bolsa do Brasil (B3) alcançou a marca de 3 milhões de pessoas físicas, o dobro comparado com o ano passado.