Alta de casos do novo Coronavírus nos EUA e Europa, e a promessa de vacinas, continuam ditando o mercado global nesta segunda-feira (16). Além disso, um bloco comercial formado pela China e países asiáticos tem potencial para ser o maior do planeta.
No Brasil, as eleições que aconteceram ontem foram marcadas por atrasos no sistema do TSE. E o PIX, anunciado a meses atrás pelo BC, entra em vigor hoje.
Você confere agora os assuntos mais relevantes desta segunda-feira:
ELEIÇÕES MUNICIPAIS SÃO MARCADAS POR ATRASOS
Uma falha no supercomputador que computa os votos de eleitores no Brasil inteiro atrasou a divulgação dos dados das eleições municipais que aconteceram ontem. Segundo o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a falha obrigou que fizessem reparos no computador, causando a tal lentidão.
O atraso também pode acontecido por conta de um ataque DDoS sofrido pelos servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ontem. Dados de servidores também foram vazados na ocasião. Segundo a SaferNet, que trabalha em parceria com o Ministério Público Federal, o ataque foi coordenado e tinha como objetivo causar a impressão que o sistema eleitoral estava sendo fraudado.
É importante constatar que um ataque DDoS, que afeta os servidores do TSE, não tem relação direta com a computação dos dados de eleitores brasileiros. O ataque atrapalha a divulgação, e não o processo de computação dos dados.
PIX COMEÇA A FUNCIONAR PARA TODOS A PARTIR DE HOJE
Depois de meses de preparação e um período de testes com um número limitado de usuários, o PIX, novo sistema de pagamentos anunciado pelo Banco Central, entra em vigor para o Brasil inteiro a partir desta segunda-feira (16).
O PIX veio para bater de frente com os populares DOC e TED, e pretende ser mais eficiente. Além de funcionar todos os dias, incluindo finais de semana e feriados, o PIX pode ser usado 24 horas por dia, e a transação chega em até 10 segundos.
Tudo que os usuários precisam fazer para usar o novo serviço é cadastrar uma chave PIX no seu banco de preferência, que pode ser o CPF, Email, número de celular e números únicos fornecidos pelas instituições financeiras.
Segundo o BC, mais de 70 milhões de chaves PIX já foram cadastradas. A tendência é que a alta eficiência do sistema aumente esse número.
CHINA EXPANDE INFLUÊNCIA E MONTA MAIOR PACTO COMERCIAL DO MUNDO
Em um acordo firmado neste domingo (15), a China e outros 14 países agora fazem parte do maior bloco econômico do mundo, a Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP em inglês). O acordo de livre comércio vai contar com todos os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean em inglês), além da China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
O acordo é maior que os pactos comerciais da União Europeia e da América do Norte, que conta com o Canadá, México e EUA. A expectativa é que a atividade econômica ajude os países a saírem da situação fiscal imposta pela pandemia do novo Coronavírus.
O pacto comercial não deve ser tão abrangente quanto a União Europeia, mas facilita acordos já existentes entre os países asiáticos, como diminuição de taxas. O acordo também cobre propriedade intelectual, telecomunicações e e-commerce.
Os 14 países pertencentes no bloco formam 30% do PIB do mundo, e um terço da população mundial, com 2,2 bilhões de pessoas que agora vão desfrutar das vantagens do bloco.
Segundo o primeiro-ministro do Vietnã, que foi o país anfitrião do evento, Nguyen Xuan Phuc: “RCEP em breve será ratificado pelos países signatários e entrará em vigor”, e que vai “revitalizar as cadeias de abastecimento interrompidas pelo novo Coronavírus e ajudando na recuperação econômica pós-pandêmica”.
Segundo o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, a assinatura do bloco “não é apenas uma conquista marcante da cooperação regional da Ásia Oriental, mas mais importante uma vitória do multilateralismo e do livre-comércio”.
ALTA DE NOVOS CASOS DO CORONAVÍRUS NO BRASIL
Os sinais vermelhos que indicam uma nova alta de casos de COVID-19 no país começam a aparecer em São Paulo. As internações do Sírio Libanez subiram para um patamar que não se via desde abril. O Hospital Israelita Albert Einstein também alerta o mesmo. O hospital Oswaldo Cruz também informou que o número de internações aumentou na comparação mensal.
A tendência não é exclusivamente brasileira. Só nos primeiros 10 dias deste mês, os EUA registraram uma alta de mais de 1 milhão de casos de COVID-19. A alta também é percebida no continente europeu, que já aplicou medidas de restrições e lockdowns em alguns países.
A alta de casos significa uma recuperação econômica mais atrasada, e trás à tona de novo a discussão sobre políticas de restrição. Os EUA, por exemplo, estão tratando a alta de uma maneira bem diferente da Europa. Enquanto os países europeus mais uma vez se fecham, os EUA apostam na abertura econômica e medidas mais afrouxadas.
Os governos brasileiros por enquanto não reagiram às altas de novos casos no país, mas já existe uma sinalização do Ministério da Economia de que o auxílio emergencial pode ser estendido, a depender do número de novos casos do vírus.
AGENDA
Dados da balança comercial brasileira devem sair ainda hoje no período da tarde, às 15h.
O Boletim Focus do Banco Central sai ainda hoje de manhã, com previsões importantes sobre o PIB brasileiro e a inflação.
A FGV publica hoje o Índice de preços no consumidor IPC.
O índice de confiança industrial deve sair ainda hoje, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
BOLSAS E CÂMBIO
O mercado europeu começou a segunda-feira (16) em alta, fortemente influenciado pelos ótimos resultados do setor da indústria chinesa, além de um otimismo sobre a formação de um grande bloco econômico asiático.
A Parceria Regional Econômica Abrangente (RCEP em inglês) é um acordo de livre comércio, e vai abranger todos os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean em inglês), além da China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Além da formação do bloco, o otimismo com a vacina desenvolvida pela Pfizer (PFE) continua influenciando o mercado, junto à preocupação com o crescente número de casos do novo Coronavírus no continente, atrelado a novas medidas de restrição e lockdowns.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,62%, indo a 387,56 pontos
- DAX (GDAXI): +0,52%, indo a 13.145,05 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,70%, indo a 6.360,42 pontos
- CAC 40 (FCHI): +1,10%, indo a 5.439,23 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +1,17%, indo a 21.147,50 pontos
Os mais importantes índices asiáticos fecharam em alta, seguindo a tendência positiva de mercado depois da formação da RCEP:
- Hang Seng (HK50): +0,86%, indo a 26.381,67 pontos
- KOSPI (KS11):+1,97% , indo a 2.543,03 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +1,11%, indo a 3.346,97 pontos
- Nikkei 225 (N225):+2,05%, indo a 25.906,93 pontos
Os mercados futuros nos EUA estão sendo influenciados pelo otimismo com a vacina desenvolvida pela Pfizer (PFE) e BioNTech (BNTX), além de uma expectativa com resultados de uma outra vacina em desenvolvimento, da Moderna (MRNA).
Assim como no mercado europeu, as bolsas futuras também passam pelo conflito do otimismo gerado pelas vacinas e a preocupação quanto à explosão de novos casos de COVID-19. A nova administração do país, que entra em vigor em janeiro de 2021, tende a ser mais rígida com medidas de restrições se os novos casos do vírus não pararem de subir, significando uma recuperação econômica mais tardia.
Às 8h da manhã:
- Nasdaq 100 Futuros subiu +0,50%, indo a 11.992,62 pontos
- Dow Jones Futuros subiu +0,98%, indo a 29.698,0 pontos
- S&P 500 Futuros subiu +0,82%, indo a 3.611,50
Às 9h06min da manhã:
- O Dólar até agora caiu -1,16%, a R$ 5,39
- O Euro caiu -1,01%, a R$ 6,52
Foto: Agência Brasil / Divulgação
