A crise energética no estado do Amapá já dura mais de duas semanas, e 90% da população do estado ainda vive com fornecimento parcial de energia elétrica. Com os rodízios no funcionamento de energia, por exemplo, boa parte da população precisou ajustar sua rotina, inclusive o sono, para conseguir usar a eletricidade para tarefas básicas do cotidiano.
Eletrodomésticos queimados, alimentos estragados e estabelecimentos com fechamento forçado pela falta de eletricidade no estado tem sido parte da rotina dos amapaenses nos últimos 17 dias. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na semana passada a abertura de um inquérito para investigar as causas e chegar aos responsáveis pela crise no estado. E para evitar interferências nas investigações, a Justiça Federal no Amapá determinou o afastamento das diretorias da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS). As instituições afirmaram que entrarão com recurso contra a liminar assim que notificadas pela justiça.
A Polícia Federal também anunciou, nesta quinta (19), que abriu inquérito para investigar a crise energética no estado. O processo, porém, corre em segredo de justiça.
Com as diretorias dos órgãos afastadas, o TCU e a PF devem executar auditorias nos próximos 30 dias para apurar as reais causas do incidente no Amapá. A liminar é parte da mobilização liderada pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP).
Quanto à normalização do abastecimento, a mesma não deve acontecer antes do final de semana. Inicialmente, o governo federal havia dado uma estimativa de 10 dias para a normalização da situação. O prazo não foi cumprido e a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) prometeu que o rodízio se encerra até o dia 26 de novembro, quando o fornecimento deve se estabilizar novamente.
Após um novo apagão nesta terça (17), a Eletronorte, estatal responsável por ativar energia térmica em geradores, prometeu que uma solução temporária seria providenciada para garantir o abastecimento integral a partir do dia 21 de novembro. A CEA, porém, adota tom de cautela quanto à promessa da empresa do governo federal.
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