A rede de supermercados Carrefour (CRFB3) se pronunciou neste sábado (21) sobre o assassinato João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos de idade, pai de 4 filhos. O soldador foi espancado até a morte na unidade do Carrefour de Porto Alegre na última quinta-feira (19).
Em um vídeo veiculado na TV aberta, o CEO do Carrefour Brasil, Noel Prioux, disse que o que ocorreu na loja foi uma “tragédia de dimensões incalculáveis”, e que a extensão do ocorrido está além da compreensão de um homem branco e privilegiado.
Prioux ainda expressou sentimentos pela família de João Alberto, e enviou um pedido de desculpas aos clientes, sociedade e colaboradores. “Se uma crise como essa está acontecendo conosco, é porque temos responsabilidade de mudar isso na sociedade. A morte do João Alberto não pode passar em vão”, disse o CEO.
Ainda no mesmo vídeo, o Vice-Presidente de Recursos Humanos da empresa, João Senise, disse que o ocorrido não representa os valores do Carrefour. Senise disse que a população negra comporta boa parte da força-tarefa da empresa, mas que isso “não é o bastante”. Terminou a fala dizendo que “precisamos de mais ações concretas e efetivas para maior promoção da diversidade”.
ENTENDA O CASO:
O assassinato de João Alberto Silveira Freitas aconteceu na quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra. 2 seguranças e 1 funcionário da unidade do Carrefour de Porto Alegre espancaram e asfixiaram João, que foi agredido por pelo menos 4 minutos. Segundo a polícia, um desentendimento havia acontecido entre João, uma funcionária da loja e um segurança.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, para o Fantástico, a resposta dos seguranças a um soco desferido por João Alberto foi completamente desproporcional.
Os seguranças do Carrefour eram funcionários terceirizados pelo Grupo Vector. Em nota, a empresa disse que “rescindiu por justa causa os contratos de trabalho dos colaboradores envolvidos na ocorrência”. O Carrefour anunciou o cancelamento do contrato com o Grupo Vector, além de fechar temporariamente a unidade onde o crime aconteceu.
Em reação ao assassinato, inúmeros protestos aconteceram pelo Brasil inteiro durante o final de semana. Em São Paulo, uma unidade do supermercado foi depredada por manifestantes, que depois seguiram para um protesto na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Protestos também foram registrados no Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Foto: Reuters / Divulgação