Pela primeira vez e próxima de completar 120 anos de fundação, a siderúrgica Gerdau Summit terá alguém do sexo feminino à frente da presidência. A mulher a fazer história nessa companhia é Michele Robert, engenheira de 43 anos, que vai atuar dentro de um universo predominantemente masculino. Michele irá comandar uma equipe de 700 pessoas, onde cerca de 90% são homens. A ideia é, aos poucos, começar a mudar essa proporção.
A Gerdau divide o controle da Summit com duas empresas japonesas, a Sumitomo Corporation e Japan Steel Works (JSW), nasceu com o propósito de fornecer peças para geração de energia eólica. A Gerdau é hoje uma empresa de atuação forte no exterior. também é uma das poucas nacionais a integrar agenda ambiental, social e de governança (ESG), antes mesmo da questão ganhar destaque no País.
A Gerdau também ganhou destaque por seu trabalho junto a programas internos, no apoio a formação de profissionais em busca de diversidade, incluindo a de gênero. A vinda de Michele para a empresa, só corrobora com esta posição de transformação.
QUEM É MICHELE
Estar em um universo masculino nunca foi problema para Michele, que ocupava um cargo de liderança na General Electric há 18 anos, também em uma posição de destaque. E foi aos 18 anos que foi morar em Buenos Aires, quando iniciou o curso de engenharia mecânica, curso este que tinha apenas cinco mulheres em uma sala de aula de predomínio masculino. Os estudos acabaram sendo finalizados nos Estados Unidos.
Assumir o comando de uma empresa do setor no Brasil, onde a indústria siderúrgica emprega 112 mil pessoas, sendo 66,7 mil de efetivos, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr) e deste total, apenas 9% são mulheres, Michele chega à Gerdau Summit assume a planta com propósitos bem definidos. Um deles é impulsionar ainda mais a diversidade dentro da empresa. Em outro momento é buscar a diversificação, com objetivo bem claro de dobrar e até mesmo triplicar a operação. O que, segundo a CEO, a pandemia mostrou ser necessário.
Hoje com o foco em cilindros para energia eólica, a unidade já está em processo de homologação de produtos para atender outros setores, como mineração e açúcar e álcool.
A GERDAU
Com 30 mil funcionários, a Gerdau tem hoje um aumento no percentual feminino. Somente nestes 11 meses de 2020, três mulheres alçaram cargos de liderança. Elas se reportam apenas ao presidente Gustavo Werneck, que assumiu o posto, há quase três anos. E é ele que tem focado no ESG, tanto dentro quanto fora da Gerdau. Do ano passado até agora, o percentual feminino nos cargos de liderança passou de 18% para 20,4%.
Nessa jornada da busca de diversidade dentro da empresa, processos de recursos humanos foram modificados. Um exemplo disso é que no processo de seleção para muitos cargos, foram retirados informações como nome e endereço. Outra alteração foi quanto a exigência do inglês, medida esta que caiu por terra, em postos onde a língua não é usada na rotina da empresa. E em cargos de carreira, o curso é oferecido para quem não teve o acesso. O objetivo é dar ferramentas para o crescimento do trabalhador.
Na busca para atender a diversidade, a Gerdau tem uma meta para o mapa da sucessão, que é a indicação de pelo menos uma mulher, preparando-a para o cargo, se isto se fizer necessário.
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