Acontece desde ontem (22) a Cúpula de Líderes sobre o Clima, evento promovido por Joe Biden contando com a presença de 40 líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. É uma prévia do que pode ser a 2021 United Nations Climate Change Conference (COP26), marcada para acontecer em novembro, em Glasgow.
O evento acontece no mesmo dia que o Dia da Terra, dia simbólico para festejar o planeta e relembrar o mundo sobre as importantes mudanças climáticas, que aceleraram nas últimas décadas.
Só na última década, entre 2011 e 2020, estima-se que a temperatura média global saltou 0,44ºC. Embora o número pareça pequeno, a variação global tem consequências gravíssimas para o meio ambiente.
Uma das principais consequências negativas do aumento severo de temperatura é o degelo das calotas polares. Além de aumentar o nível do mar, podendo prejudicar populações litorâneas, os pólos da Terra, por serem cobertos de neve branca, refletem boa parte da energia solar de volta para o espaço. Com a diminuição do gelo, a Terra tende a esquentar cada vez mais, alterando ciclos climáticos e subindo a temperatura dos oceanos.
Ao subir a temperatura dos oceanos, vidas sensíveis à pequenas mudanças de salinidade, temperatura e acidez, como algas, começam a morrer. Isso pode prejudicar diretamente a produção de O2 pelos plânctons, que emitem 80% de todo o oxigênio produzido na Terra.
A aplicação de medidas para conter o aquecimento global é imprescindível e praticamente obrigatória para a manutenção da vida na Terra. Porém, a décadas atrás, quando os estudos sobre o aquecimento global ficaram cada vez mais alarmantes, revolucionar o meio de consumo do mundo parecia uma tarefa impossível. Dependeria da participação ativa das principais economias do mundo, que teriam que fazer gastos extensos para cortar a emissão de carbono na atmosfera.
Em 2021, a realidade já é completamente diferente. Com a maioria das grandes economias alinhadas, ações que visam barrar o aquecimento global deixam de ser gastos para virarem grandes oportunidades de investimento.
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Taxa sobre emissão de Carbono
Segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, em discurso feito na Cúpula de Líderes sobre o Clima, evitar o aquecimento global representa “incríveis oportunidades de investimentos” em escala internacional.
Para a diretora do FMI, isso é possível através da taxação sobre a emissão de Carbono, que deve ser “pragmático e equitativo”, respeitando os níveis econômicos dos países.
“O foco em um preço mínimo de carbono entre um pequeno grupo de grandes emissores poderia facilitar um acordo, cobrindo até 80% das emissões globais”, disse Kristalina Georgieva. “Um robusto preço sobre emissão de carbono é crítico para produtores e consumidores. A taxação sobre gás carbônico avança o crescimento, o investimento e a geração de empregos”.
O piso para a taxa de emissão seria de US$ 75 por tonelada até 2030, um aumento significativo comparado com os atuais US$ 2 por tonelada.
A ideia de investimento em tecnologia verde e taxação do carbono, segundo ela, pode aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) mundial em até 0,7% ao ano, criando milhões de empregos para os próximos 15 anos.
Para a diretora do Fundo, deve ser compromisso de todos os países o cumprimento de garantir pelo menos US$ 100 bilhões em investimentos climáticos aos países em desenvolvimento.
A investida do FMI tenta deixar mais atrativa a ideia de um mundo mais focado em energia verde. O cumprimento das medidas pode evitar uma eventual catástrofe climática, que deve prejudicar todo o mundo.
Segundo um estudo publicado pela resseguradora Swiss Re, a economia global pode encolher em até US$ 23 trilhões até 2050 caso medidas mais severas para evitar o aquecimento global não sejam feitas. Para a Ásia, alguns países podem perder até ⅓ de suas riquezas.
O nome do relatório da Swiss Re diz tudo: “A economia da mudança climática: não agir não é uma opção”. O mundo passa por uma corrida contra o tempo, com entidades como o FMI estimulando o investimento em infraestrutura verde, e países como os EUA prometendo uma redução de 50% da emissão do carbono até 2030.
Foto: Reuters / Divulgação
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