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Os primeiros 100 dias de Biden: o que foi e o que será feito

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O presidente Joe Biden completou 100 dias de mandato como presidente dos Estados Unidos, após conturbadas eleições presidenciais que envolveram acusações de fraude no sistema eleitoral. Mesmo com início difícil, marcado pela crise política e pela pandemia de COVID-19, o democrata apresentou planos ambiciosos, que vem se refletindo positivamente na economia do país.

Assim que entrou na Casa Branca, Joe Biden pegou um país com uma alta taxa de desemprego, com 6,7% do país sem trabalho em dezembro de 2020. Esse número não é nada comparado com os 22,2 milhões de desempregados registrados em março do ano passado, mas ainda apresentava um desafio ao presidente.

A pandemia de COVID-19 foi a pior da história, e os Estados Unidos sentiram na pele o que é ser o país com o maior número de óbitos no mundo. O desafio certamente não é fácil, e a retomada econômica ainda continua. Mas, segundo Biden, os primeiros 100 dias foram marcados pela revitalização da nação.

O que foi feito até agora?

Uma das primeiras medidas defendidas e aprovadas pela nova administração democrata do país foi a aprovação de um ambicioso pacote de US$ 1,9 trilhão, injetado diretamente na economia norte-americana e auxiliando a população durante este momento difícil de pandemia. 

Cerca de US$ 1 trilhão desse plano econômico foi direcionado à população, com cheques de US$ 1.400 sendo passados para cada cidadão. Além disso, o pacote veio para ajudar nos gastos relacionados à distribuição nacional de vacinas contra COVID-19.

A aposta da nova presidência do país foi de manter os juros básicos baixíssimos para estimular a economia, enquanto fornece ao cidadão norte-americano as ferramentas necessárias para retomar os empregos. Tudo isso alinhado a uma distribuição acelerada das vacinas.

O resultado pode ser visto em números. Até o momento, 187 milhões de vacinas foram administradas no país. 72 milhões já receberam a segunda dose e já estão totalmente imunizadas. Atualmente, qualquer pessoa acima de 16 anos está elegível para a vacinação.

Enquanto isso, os pedidos de auxílio-desemprego despencaram e estão na baixa histórica da pandemia. Na semana encerrada no dia 17 de abril, ela estava em 547 mil. 

Parte do pacote de estímulos de R$ 1,9 trilhão ajudou a financiar o fortalecimento do Affordable Care Act (ACA) — formalmente conhecido como Obamacare —, programa originalmente criado pelo presidente Barack Obama em 2010.

Outras ações aprovadas por Biden via decretos visam desfazer políticas linhas-dura do seu antecessor, Donald Trump. Diversas medidas anti-imigração foram revertidas, como programas que abordam crianças que se perderam dos pais na borda entre EUA e México e reversão de programas que aumentavam a ilegalidade de imigrantes.

Mesmo com a reversão de políticas adotadas pelo governo republicano, a fronteira dos EUA com o México continuam sendo um problema para a nova administração. Até o momento, o número de imigrantes ilegais na fronteira do país já está chegando a níveis vistos a três anos atrás, sem previsão de melhora. A alta inclui tanto adultos como crianças.

Embora Biden tenha dito em março que “deixar as bordas seguras não significa ignorar o problema humanitário”, futuramente, o número expressivo de pessoas entrando ilegalmente pela borda do país pode se tornar um problema econômico e político. Atualmente, o presidente já enfrenta críticas de ambos, rivais republicanos e população, pela atuação na fronteira do país.

Mais recentemente, a duas semanas atrás, o presidente norte-americano anunciou que deve retirar todas as tropas norte-americanas do Afeganistão até o dia 11 de setembro, data que marca os 20 anos do ataque às Torres Gêmeas.

“Está na hora de encerrar a guerra mais longa dos EUA. Está na hora de trazer nossas tropas para casa. Fomos ao Afeganistão por causa de um ataque horrível que aconteceu há 20 anos. Isso não pode explicar por que permanecemos lá em 2021”, disse Biden em pronunciamento.


Saiba mais

Biden anuncia ambicioso plano educacional de US$ 1,8 trilhão


O que o futuro reserva para os EUA

O futuro deve ser de continuidade. Ontem (28), o presidente democrata discursou pela primeira vez no Congresso norte-americano, mostrando mais um ambicioso plano fiscal, e apresentando um cenário de avanços.

Em abertura de discurso que durou 70 minutos, Biden dedicou suas palavras à sua vice-presidente, Kamala Harris, e Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes:

A mensagem deixada por Biden é clara:

“Hoje, eu venho falar sobre crise e oportunidade. Sobre reconstruir a nação, revitalizar nossa democracia, e conquistar um futuro para os Estados Unidos”, disse Biden em discurso de abertura. “Agora, depois de apenas 100 dias, posso dizer à nação: o país está se movimentando de novo”.

O presidente democrata defendeu a criação de mais um plano fiscal ambicioso, que deve injetar US$ 1,8 trilhões para o setor educacional do país. A ideia é pagar a conta do programa com a taxação dos 0,3% mais ricos do país, poupando a classe média.

“Não estou querendo punir ninguém. Mas não vou acrescentar uma carga tributária para a classe média deste país. Já estamos pagando o suficiente. Acho que o que proponho é justo e fiscalmente responsável. E levanta receita para pagar os planos que proponho e vai criar milhões de empregos”, disse Biden.

Com o plano aprovado, Biden quer ver todas as crianças de 3 a 4 anos em creches. Apenas essa iniciativa deve custar US$ 200 bilhões aos cofres. Outro destaque é a proposta de gratuidade do sistema educacional superior para um período de dois anos, custando US$ 109 bilhões aos cofres.

O desafio é conseguir passar pelo Congresso e Senado. Mesmo com a aprovação do pacote de US$ 1,9 trilhão, foram 50 votos a favor (todos democratas) contra 49 “Nay” (todos republicanos).

Além de incentivar a vacinação de população contra COVID-19, Biden reiterou seu compromisso com reformar as leis de posse de armas pesadas no país.

“Não preciso contar isso a ninguém, mas a violência armada se tornou uma epidemia na América. Eu não quero mais conflitos, mas precisamos de mais republicanos do Senado para se juntar à maioria dos colegas democratas e fechar as brechas exigidas na compra de armas, de verificação de antecedentes. Precisamos de uma proibição de armas e carregadores de alta capacidade”, disse Biden.

Perto do final de seu discurso, Biden mencionou os ataques no Capitólio, episódio descrito por ele como testes à democracia. Segundo o democrata, porém, a nação se revitalizou:

“Nos nossos 100 primeiros dias juntos, nós agimos para restaurar a fé das pessoas em nossa democracia. Nós vacinamos a população, criamos centenas de milhares de empregos. Nós entregamos resultados reais, e eles vêem isso, sentem com suas próprias vidas. Abrindo portas para oportunidades, garantindo mais formas justas de justiça. Essa é a essência dos Estados Unidos. Isso é democracia em ação”.

Para o futuro, é difícil dizer por quanto tempo os juros baixos continuarão. A tendência é que com a forte retomada fiscal, com os preços de produtos e serviços aumentando, os juros aumentem. Isso, porém, ainda não aconteceu, e o país passa por investimentos massivos em infraestrutura.

Foto: Reuters / Divulgação

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