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A mãe de todas as ‘’bolhas’’

3 Minutos de leitura

Bolhas: “Erupção, bola ou glóbulo cheio de gás, ar ou vapor que se forma (ou se formou) em alguma substância líquida ou pastosa, ao ser agitada ou por ebulição ou fermentação.” (Definição de Oxford Languages)

No mercado financeiro, o termo “bolha” se dá quando um ativo ou uma classe de ativos estão sendo negociados a preços irracionais. Em outras palavras, as pessoas estarem pagando por alguma coisa muito mais do que ela realmente vale.

Tivemos diversos exemplos de “bolhas” ao longo dos tempos. Uma das mais famosas, a bolha imobiliário nos EUA (2008), que causou grande impacto financeiro no mundo todo. Também, no início dos anos 2000, a bolha das “.com”, após o surgimento de diversas empresas online.

Fonte: Brazil Journal

Mais recentemente Michael Burry, o primeiro trader a vislumbrar a quebra do crédito sub prime no mercado americano, inclusive, falou de um movimento parecido na visão dele com as ações da empresa Tesla. Se isso é verdade ou não, só o tempo dirá.

Porém onde essa história começou? A primeira grande bolha que se tem notícias, considerada a mãe de todas as bolhas, foi a bolha das túlipas na Europa.


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Por volta dos anos 1.630 houve um movimento na Holanda chamado de “Tulipomania” ou febre das túlipas. Sim, estou falando da flor.

Acredite ou não, uma túlipa chegou a ser negociada a um preço superior ao de uma casa na época. A Holanda possuía uma bolsa de valores de flores onde eram negociados contratos futuros de túlipas.

O preço subiu tão absurdamente, até que em 1637 o mercado começou a perceber que a situação era injustificável, o que rapidamente causou um “crash” no valor das túlipas e consequentemente a ruína financeira de muitas pessoas.

E é isso que acontece nas bolhas. O preço começa a subir sem motivos racionais e isso acontece de forma gradativa e exponencial. Até que em determinado momento, as pessoas percebem a irracionalidade do movimento, e o desespero, também conhecido como “efeito manada”, corrige os preços drasticamente da noite para o dia. Observe o gráfico da bolha das túlipas.

Mas por que isso acontece? O personagem Gordan Gekko, interpretado por Michael Douglas no filme “Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme” cita uma frase do tipo: “A raiz de todo o mal é a alavancagem.”

Não que eu concorde com isso. Mas de fato quando utilizamos maneiras “artificiais” para multiplicar o dinheiro, acabamos gerando dívidas.

É como injetar “testosterona” em uma moeda, ela passa a ter mais capacidade do que realmente tem. Quando esse recurso “artificial” é destinado erroneamente para um segmento ou investimento sem muito fundamento, consequentemente a rentabilidade aumenta.

Observando esse aumento, outras pessoas começam a comprar sem se perguntar o real motivo, pois afinal: está subindo né?

Então mais pessoas começam a contrair dívidas para aproveitar a “oportunidade” e assim mais dinheiro artificial entra na jogada cada vez mais. E os preços? Subindo.  

Isso se dá até o momento dos primeiros perceberem que não existe uma justificativa para esse movimento e então se desfazem de suas posições. O preço caindo a um ponto onde quem se alavancou não possa mais saldar as suas dívidas contraídas para fazer aquele investimento força com que esse grupo de “endividados” seja obrigado a vender suas posições, e o preço despenca.

Ao próximo passo, os penúltimos a saírem são os que entram em desespero, sem entender o porque os valores estão caindo rapidamente. O que de certa forma é simples de se entender: Está caindo, pois não tinha valor algum!

E então os últimos, aqueles conhecidos como responsáveis por “apagar a luz” são os que se apegam emocionalmente e tentam inventar ideias mirabolantes para justificar racionalmente uma decisão emocional.

A questão é que quem conseguir descobrir o começo de uma bolha, ou o fim dela de fato pode ganhar muito dinheiro. Mas isso é muito difícil, porque uma das caraterísticas das bolhas é serem quase imperceptíveis.

No entanto, Michael Buddy conseguiu isso em 2008 na bolha imobiliária americana. Contudo, quando trouxe a hipótese, foi tratado como “louco”. A história é retratada no filme “Big Short” título traduzido no Brasil como “A grande Aposta”.

E ai, qual será a próxima bolha?

Willian Kahler

Willian Kahler é sócio e assessor financeiro responsável pela área de expansão da Messem Investimentos. No mercado há mais de 10 anos, Willian começou sua trajetória como assessor de investimentos certificado pela Ancord. Atraído pelo propósito de popularizar o conhecimento sobre o mercado financeiro e auxiliar pessoas a realizarem seus objetivos por meio de investimentos fora dos bancos tradicionais, tornou-se destaque em sua função. Há cinco anos está à frente do trabalho de contratação e treinamento de novos assessores e foi responsável pelo desenvolvimento e transição de carreira de mais de 350 profissionais. Como sócio também é responsável pelas estratégias de M&A e novas unidades da Messem, uma das maiores empresas de assessoria financeira do Brasil, com mais de R$ 17 bilhões em custódia.

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Sobre o autor
Willian Kahler é sócio e assessor financeiro responsável pela área de expansão da Messem Investimentos. No mercado há mais de 10 anos, Willian começou sua trajetória como assessor de investimentos certificado pela Ancord. Atraído pelo propósito de popularizar o conhecimento sobre o mercado financeiro e auxiliar pessoas a realizarem seus objetivos por meio de investimentos fora dos bancos tradicionais, tornou-se destaque em sua função. Há cinco anos está à frente do trabalho de contratação e treinamento de novos assessores e foi responsável pelo desenvolvimento e transição de carreira de mais de 350 profissionais. Como sócio também é responsável pelas estratégias de M&A e novas unidades da Messem, uma das maiores empresas de assessoria financeira do Brasil, com mais de R$ 17 bilhões em custódia.
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