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Dos campos às finanças: como a jornada de William ‘Capita’ Machado no futebol contribuiu para a carreira de sucesso no mercado de investimentos

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Corintianos e gremistas certamente se lembram do nome William ‘Capita’ Machado, zagueiro que foi capitão dos clubes na época em que Mano Menezes atuava como técnico dos dois times.

Começando sua carreira como jogador profissional no Sete de Setembro em 1997, William ainda passou pelo Cruzeiro, Portuguesa e Ipatinga antes de assinar com o Grêmio em 2006. Lá, ele conquistou dois campeonatos gaúchos. No Corinthians, atuou de 2008 a 2010, conquistando o campeonato paulista e a Copa do Brasil em 2009.

Pouco após sua aposentadoria dos campos em 2010, William ainda foi gerente de futebol do Corinthians, ocupando o cargo até meados de 2011.

Atualmente, com 44 anos, William Machado está no mercado de investimentos atuando como assessor, sendo um Agente Autônomo certificado pela Ancord. Seu interesse pelo mercado financeiro, conta ele, começou com a sua passagem pelo Corinthians, na cidade de São Paulo, ao conhecer pessoas do meio financeiro e perceber que seu conhecimento prévio sobre o tema o ajudaria na jornada.

A jornada de William é um pouco diferente da de Jerônimo Nunes, assessor de investimentos da Messem Investimentos, residente na cidade de Rio Grande. Porém, assim como William, ele é apaixonado por futebol. Desde pequeno, Jerônimo frequentava escolinhas preparatórias e sempre teve apreço pelo esporte, estudando-o por toda a vida.

Jerônimo conta que seu time do coração é o Grêmio, e conhece a trajetória de William Machado pelo clube tricolor. Pelo time, William chegou até a ser vice-campeão da Libertadores.

Agora, Jerônimo e William são colegas de profissão, surgindo a oportunidade de realizar conversas, de assessor para assessor, de um fã de futebol para um ex-capitão do Grêmio. É a oportunidade de descobrir como a carreira de sucesso de William nos campos contribuiu para a formação de um assessor de investimentos.

Abaixo, confira a conversa de Jerônimo Nunes com William ‘Capita’ Machado.

Você já pensava em trabalhar no mercado financeiro quando saiu das quatro linhas, ou foi algo que surgiu visualizando alguma oportunidade?

Eu não pensava em trabalhar no mercado financeiro, até chegar em São Paulo quando fui jogar pelo Corinthians. Apesar de lidar no dia a dia com as dificuldades de se fazer bons investimentos, eu ainda não tinha isso de forma tão clara.

Ter feito faculdade de ciências contábeis desde cedo me ajudou bastante a já ter informações e conhecimento. Quando eu vi aqui em São Paulo, o centro financeiro do país, como as pessoas também tinham dificuldades ao fazer seus investimentos, e conhecendo algumas pessoas do meio financeiro, eu percebi que ali poderia ser uma possibilidade interessante de poder ajudar as pessoas. E, ainda por cima, dar sequência na minha vida profissional em outra atividade.

Quando jogava na base, existia algum tipo de contato com educação financeira? Os clubes incentivaram?

Os clubes não tem foco algum em educação financeira dentro dos vestiários. Não é uma preocupação e até certo ponto é compreensível, apesar de eu discordar. 

Dentro do que eu acredito, a tranquilidade financeira propicia que o profissional renda mais na sua atividade, seja dentro do campo ou em uma empresa qualquer. Os clubes brasileiros acabam não sendo um bom exemplo de gestão financeira, já que uma grande parte deles está com dificuldades financeiras, com dívidas astronômicas.

Antes de incentivarem os atletas, talvez os clubes precisam fazer um pouco do dever de casa.

Como jogador, sabemos que existe uma rotina com bastante disciplina. O quanto isto facilita hoje na tua vida como assessor? 

A disciplina é base para qualquer grande profissional. Toda vez que você for conversar com um profissional de sucesso, a gente vai escutar as palavras: organização, disciplina, planejamento e execução.

A disciplina dentro do futebol é uma exigência, como é fora do futebol também. O que a gente vê de forma clara é como essa disciplina se dá no dia a dia devido a cobertura intensa da mídia. Se o jogador chegar atrasado, vai ter multa. Se o jogador falar alguma coisa desalinhada com o que a diretoria prega, vai ter multa. Se o jogador não cumprir tecnicamente o que o técnico pediu, vai sair da equipe.

Então, para a gente, isso fica muito mais claro. Fora do esporte, que tem uma grande cobertura da mídia, a gente não percebe isso. Talvez seja a parte mais difícil para algumas pessoas, se manter focado e com disciplina e sem ser “vigiado”.

No meu caso, isso era uma situação tão pertencente ao dia a dia que era óbvio manter horários e compromissos. A mim a situação não causa nenhuma surpresa, mas acredito que para a maioria, quando se busca sucesso, você precisa de disciplina.

O que dá mais frio na barriga: a pressão de um estádio lotado em uma final de campeonato ou a bolsa caindo?

Sem dúvida nenhuma, entrar em um estádio de futebol cria menos frio na barriga. Com a bolsa despencando, a gente sabe que estão envolvidos os patrimônios de famílias, causando uma aflição nos investidores. A gente tem a obrigação de acalmá-los.

Não temos um controle da bolsa da mesma forma que temos dentro de uma partida de futebol.

Isso, sem dúvida nenhuma, faz com que fiquemos a mercê de algumas situações de mercado, e, por isso, o frio na barriga não tem comparação.


Saiba mais

Assessor de Investimento é uma das profissões com maior perspectiva de crescimento no mercado financeiro


Você quase sempre foi capitão por onde jogou. O quanto esta experiência com liderança facilita a sua posição atual como assessor? 

Eu sempre reputo a liderança dentro de campo à minha facilidade em entender o que os técnicos queriam para a equipe e em conseguir transmitir isso bem para meus colegas.

Eu entendo que essa facilidade veio por conta dos estudos desde cedo. Meus pais me cobraram, e a partir de uma certa idade eu compreendi a importância do conhecimento e a valorizá-lo.

Isso acontece agora também. Quando lideramos dentro de uma assessoria de investimentos, o conhecimento me dá tranquilidade de poder conversar com os clientes, acalmando nas horas difíceis, entendendo também as limitações de alguns e compartilhando conhecimento com eles.

Então, dessa forma acredito que transmitir de forma didática e compreensível as informações do mercado financeiro deixa os clientes mais satisfeitos, mais tranquilos, e você acaba liderando-os também.

Você jogou com Ronaldo, né? Ele, além de um grande craque, é visionário. Você diria que Ronaldo é uma blue chip que paga bons dividendos?

Ter tido a oportunidade de jogar com o Fenômeno foi um privilégio, ainda mais por ter conhecido e convivido com ele em dois momentos distintos. O primeiro foi quando nós, aos 17 anos, convivemos na seleção brasileira sub-17. Na época, ele ainda estava começando. Depois, convivi com ele já consagrado.

O Ronaldo sem dúvida nenhuma é um desses raros casos de quem conseguiu absorver muito conhecimento através das pessoas com quem ele convivia. Ele optou por conviver com grandes empresários, políticos, até porque essas pessoas buscavam ter contato com ele.

Ele conseguiu, sabiamente, tirar aquilo de bom que ele via em cada pessoa, principalmente nessas pessoas que são referências de sucesso nas suas atividades.

Se ele fosse uma empresa (e na verdade ele até é), eu ficaria tranquilo de ter uma participação, já que uma blue chip como o Ronaldo teria as ações bem elevadas. Ele é um caso de sucesso e admiração sem dúvida nenhuma.

O que o William assessor diria hoje ao William jogador no começo da carreira?

O William assessor diria para o William atleta: estude mais, tome cuidado com os ganhos fáceis, pois estes normalmente tendem a ser uma armadilha. Busque a honestidade e transparência como as principais características nas pessoas. A competência é importante, mas se a pessoa não for honesta, ela consegue te enganar. Então, honestidade acima de tudo.

Acredito que esses seriam meus conselhos para mim mesmo lá atrás.

Imagem: UOL / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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