BRASIL ASSUME PRESIDÊNCIA DO MERCOSUL
Nesta quinta-feira (08), o Brasil assumiu a presidência temporária do Mercosul, bloco econômico sulamericano que reúne também Argentina, Uruguai e Paraguai. O Brasil, sob o comando do presidente Jair Bolsonaro, assume a liderança rotativa do bloco pelos próximos 6 meses.
A gestão anterior foi do governo argentino, sob o comando do presidente Alberto Fernández, e a transferência de gestão foi feita em reunião da cúpula do Mercosul nesta quinta.
O encontro foi marcado por um verdadeiro embate entre os presidentes, que divergem em diversas questões sobre as políticas comerciais do bloco. Bolsonaro afirmou que a gestão argentina não atendeu aos anseios do Mercosul e defendeu uma maior flexibilização nas regras do bloco.
O presidente brasileiro defende a diminuição da tarifa externa comum do Mercosul, além do direito de que países do bloco possam conduzir negociações independentes com parceiros externos. A proposta de mudança no formato de negociação com parceiros de fora do bloco foi apresentada em abril pelo governo do Uruguai.
“O semestre que encerramos deixou de corresponder às expectativas e necessidade de modernização do Mercosul. Deveríamos ter apresentado resultados concretos nos dois temas que mais mobilizam nossos esforços recentes: a revisão da tarifa externa comum e a flexibilidade para negociação comerciais com parceiros externos”, apontou Bolsonaro.
A Argentina e o Paraguai, porém, são contrários a mudança na política do Mercosul e defendem a negociação em bloco com parceiros externos. A posição, reiterada pelo presidente argentino nesta quinta, escancararam as divergências políticas, principalmente entre as duas potências do bloco.
“Nossa posição é clara, cremos que o caminho é o cumprir o tratado de Assunção. Negociar juntos com terceiros países ou blocos e respeitar a figura do consenso, com base na tomada de decisões em nosso processo de integração”, afirmou Fernandez.
Ontem (07), o Uruguai afirmou que fará negociações com parceiros externos sem a interferência do Mercosul. Em junho, o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, disse que as regras do bloco abrem brecha para que a Argentina barre acordos comerciais firmados pelo governo brasileiro.
OLIMPÍADAS DE TÓQUIO NÃO CONTARÃO COM A PRESENÇA DE PÚBLICO
Também na manhã de hoje, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Organizados dos Jogos Olímpicos decidiram por cancelar a presença de público nas Olimpíadas de Tóquio, que começam no dia 23 de julho. A decisão foi anunciada pelo governo japonês poucas horas depois de um novo estado de emergência entrar em vigor na capital do país.
O presidente do Comitê Organizador, Seiko Hashimoto, afirmou que a decisão foi inevitável dado a atual situação da pandemia de Covid-19 em Tóquio. ”Não tínhamos outra escolha”, afirmou Hashimoto, ele ainda considerou a medida lamentável e pediu desculpas aos torcedores que compraram ingressos para as competições.
A medida, no entanto, só vale para os eventos sediados em Tóquio, que se encontra em estado de emergência. As cidades de Hokkaido, Miyagi, Fukushima, Ibaraki e Shizuoka não estão em estado de emergência e devem receber uma quantidade limitada de torcedores nas competições, mas ainda não há confirmação oficial por parte das autoridades.
O governo japonês havia anunciado ontem um novo estado de emergência em Tóquio. O anúncio chegou há exatas duas semanas do início dos Jogos Olímpicos e a decisão de cancelar a presença do público nos eventos parecia iminente desde então.
Tóquio vive um novo pique de contaminações pelo novo coronavírus, com a variante Delta preocupando diversas autoridades sanitárias japonesas. Embora não tenha um número tão expressivo de óbitos como os EUA, Brasil ou Índia, o sistema de saúde já opera no limite em diversas regiões do Japão.
Um agravamento ainda maior da pandemia no país poderia levar a um colapso do mesmo, por isso a capital do país decretou estado de emergência, o quarto desde o início da pandemia no ano passado.
BMW E VOLKSWAGEN SÃO MULTADAS PELA UNIÃO EUROPEIA
A Comissão Europeia anunciou nesta quinta-feira uma multa de 875 milhões de euros para a BMW e a Volkswagen, gigantes do setor automotivo. Em nota, a comissária de Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que as empresas violaram as regras da União Europeia ao firmar um pacto para burlar as normas de livre-concorrência.
A BMW e a Volkswagen, em conjunto com a Daimler (Mercedes-Benz), segundo a comissão, impediram que novas tecnologias para redução da emissão fossem usadas pela concorrência. Vestager afirmou que as empresas “têm a tecnologia para reduzir as emissões perigosas, para além do que é legalmente exigido pelos padrões europeus. Mas evitaram a concorrência no uso do potencial dessa tecnologia”.
Segundo a investigação, as três empresas se reuniram periodicamente ao longo de 5 anos para conspirar com o objetivo de impedir a concorrência de usar novas tecnologias. Entre as medidas tomadas pelas três empresas, inclui-se um acordo para limitar a introdução de ureia em motores a diesel, limitando a capacidade dos motores de emitir menos gases.
A comissária afirmou ainda que a União Europeia tem tolerância zero para conspirações e possíveis formações de cartel. Ainda segundo a nota divulgada pela Comissão Europeia, todas empresas admitiram a formação de cartel.
A multa total foi de 875 milhões de euros, o equivalente a pouco mais de 1 milhão de dólares na cotação atual. A Volkswagen recebeu multa de 502 milhões de euros, enquanto a BMW foi multada em outros 372 milhões de euros. A Daimler também foi declarada culpada pela formação de cartel, mas não recebeu multa da UE por ter sido a responsável por revelar o esquema.
Saiba mais
15 MILHÕES SÃO AFETADOS COM APAGÃO NA AMÉRICA CENTRAL
Uma falha na rede elétrica da América Central causou um apagão total na Nicarágua e em Honduras nesta quarta-feira. Por mais de duas horas, pelo menos 15 milhões de pessoas foram afetadas na região pelo apagão, que afetou ainda partes de El Salvador e da Guatemala.
Segundo o Ente Operador do Mercado Elétrico Regional (EOR), órgão que controla o abastecimento de energia, o apagão teve causa desconhecida e não afetou a Costa Rica e o Panamá. O EOR divulgou que houve “abertura das interconexões elétricas regionais, provocando apagão total em Honduras e Nicarágua”.
A energia foi restaurada ainda na tarde de ontem na Nicarágua. Em Honduras, porém, o serviço só foi restabelecido na madrugada desta quinta-feira.
Este foi o segundo apagão a ocorrer na América Central em menos de um mês. No dia 9 de junho, um problema na rede elétrica entre o México e a Guatemala causou um apagão total de pelo menos 3 horas na Nicarágua e outros países da região.
BOLSAS E CÂMBIO
Na Europa, o avanço da variante Delta da Covid-19 colocou os investidores em alerta. Este fator, aliado ao fato de que a economia chinesa mostra sinais de desaceleração, criaram uma forte aversão ao risco no mercado europeu e mundial nesta quinta. Confira os números do mercado europeu:
- STOXX 600 (STOXX): -1.72% (451,60)
- DAX (GDAXI): -1.73% (15.420,64)
- FTSE 100 (FTSE): -1.68% (7.030,66)
- CAC 40 (FCHI): -2.01% (6.396,73)
- FTSE MIB (FTMIB): -2.55% (24.641,47)
Na Ásia, os mercados reagiram negativamente às atas do Fed divulgadas ontem e à pressão das estatais chinesas contra o setor de tecnologia do país. Confira os números do mercado asiático:
- Hang Seng (HK50): -2,79% (27.105,00)
- KOSPI (KS11): -0,99% (3.252,68)
- Shanghai Composto (SSEC): -0,79% (3.525,50 )
- Nikkei 225 (N225): -0,88% (28.118,03)
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,02% (5.088,26)
Confira os números do mercado norte-americano:
- Dow Jones (DJI): -0,75% (34.421)
- S&P 500 (SPX): -0,86% (4.320)
- Nasdaq Composto (IXIC): -0,72% (14.559)
Confira a cotação das principais moedas estrangeiras:
- Dólar: +0,28% (R$ 5,25)
- Euro: +0,74% (R$ 6,22)
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