O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou pela sétima vez seguida a meta Selic, a taxa básica de juros brasileira. Agora, a Selic está a 9,25% ao ano, um aumento de 1,5 ponto percentual comparado com a taxa anterior.
A Selic é uma das ferramentas mais importantes do BC para a tentativa de controle da inflação. Quando a Selic passa por tendências de alta, significa que as pressões inflacionárias estão surpreendendo e a autoridade monetária quer desacelerar a economia.
Na direção oposta, a redução da Selic fomenta o investimento e acelera a economia, além de aumentar a inflação.
A Selic impacta a sua vida de maneira direta e indireta. Se você é investidor, a variação da taxa básica influencia nos seus investimentos indexados no tesouro Selic, prefixados e IPCA.
A poupança, uma das formas mais populares dos brasileiros de se obter renda, também é diretamente influenciada pela Selic. Com o aumento promovido pelo Copom, o cálculo dos rendimentos da caderneta passa a obedecer a uma regra um pouco diferente.
Normalmente, a poupança é calculada de acordo com 70% da meta Selic + Taxa Referencial (TR), que está zerada desde 2017.
Essa regra, porém, vale para uma Selic igual ou menor que 8,5%. A partir deste valor, o cálculo sofre um ajuste.
Acima de 8,5%, o rendimento é fixo de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) + a Taxa Referencial (TR).
Saiba mais
Copom eleva Selic para 9,25% ao ano
Abaixo, confira como devem ficar os novos rendimentos da caderneta da poupança:
- Antigamente (Selic a 7,75%): poupança rende 5,425% ao ano + a TR (0%).
- Agora (Selic a 9,25%): poupança rende 6,17% ao ano + a TR (0%).
É importante ressaltar que os rendimentos reais da poupança consideram, além dos rendimentos considerando a taxa Selic, a inflação do país. Isso porque os lucros gerados por esse investimento sentem diretamente o impacto da alta nos preços.
Considerando o último Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC), que conta com a participação de mais de 100 instituições financeiras, o IPCA, conhecido como a inflação oficial brasileira, deve terminar o ano em 10,18%.
Os rendimentos reais da poupança, portanto, estão em 6,17% menos os 10,18% da inflação. O cálculo final é de um rendimento de –4,01% ao ano.
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