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Live commerce pode ser a próxima grande tendência do varejo brasileiro

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Com o avanço da pandemia do novo Coronavírus em março de 2020, o mundo experimentou, durante muitos meses, o isolamento total. Trabalhos em home office se tornaram comuns em vários países, e muitas das tarefas e entretenimentos diários acabaram sendo adaptados para uma realidade em casa. 

Um dos setores que mais cresceram e revolucionaram a forma de consumo das pessoas é o varejo, impulsionado principalmente pelas compras online e praticidade apesar do momento pandêmico. 

As compras online já viviam um momento de ascensão há mais de uma década, mas o isolamento social acelerou esse processo. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), é provável que o e-commerce cresça 38% em 2021 e fature R$ 304 bilhões só no Brasil. 

De acordo com a pesquisa, quase 60% das pessoas entrevistadas disseram que compraram mais pela internet durante a pandemia, e 44,2% destas disseram que devem continuar comprando mais online em 2022. 

Tendências criam inovações, e é exatamente isso que aconteceu com o e-commerce. Uma dessas novas ondas vem diretamente do país que mais importou produtos brasileiros em 2021: a China. 

Aproveitando a ascensão das mídias sociais e o amplo acesso da população à internet, grandes influencers do país, e marcas gigantes, estão apostando alto no live commerce, um jeito novo de casar o comércio com o entretenimento. 

Livestreams já são amplamente conhecidas, especialmente as de jogos, mas o live commerce é um pouco diferente. Neste caso, as transmissões ao vivo são feitas por criadores de conteúdo que apresentam produtos, como maquiagens, roupas e bolsas, que os espectadores podem comprar em tempo real. 

Criadores de conteúdos chineses já lucram milhões de dólares mensais vendendo produtos em livestreams, contando com patrocínios de importantes marcas globais. Um dos maiores influencers do país, Xin Youzhi, por exemplo, possui mais de 95 milhões de seguidores na plataforma Kuaishou. 

Em novembro do ano passado, o influencer Austin Li vendeu o equivalente a US$ 1,8 bilhão em uma transmissão ao vivo que durou mais de 12 horas promovida pelo gigante Alibaba. 


Saiba mais

China atinge superávit recorde em 2021


O live commerce está mais que consolidado no país asiático, mas como o Brasil está aproveitando da grande tendência? 

Embora o Brasil seja culturalmente e geograficamente distinto da China, a tendência de crescimento do e-commerce no país planta uma semente farta para o nascimento de tendências como o live commerce

De acordo com um documento interno da Google, dona do YouTube, 62% da audiência dos maiores criadores de conteúdo da plataforma compraria produtos recomendados pelos YouTubers, enquanto 44% acham que pesquisar sobre novos produtos, ficar animado com lançamentos e planejar opções é muito mais interessante que efetivar as compras. 

O que existe, portanto, é uma tendência brasileira de juntar o comércio com o entretenimento, podendo ser impulsionado pelas grandes plataformas de mídias sociais, como o próprio YouTube, Facebook, Instagram e TikTok. 

No ano passado, a B2W fechou uma parceria com a plataforma ‘OOOOO’, plataforma de live commerce britânica para criar um ecossistema próprio da varejista na forma de um aplicativo. 

Os grandes experimentos com live commerce no Brasil até o momento partiram das grandes varejistas. Durante a Black Friday de 2020, por exemplo, a Americanas apostou no formato de transmissão ao vivo para promover produtos em promoção na plataforma. A live contou com o comando de grandes nomes do Brasil, como Felipe Neto, Fábio Porchat e Fernanda Gentil. 

O chamado ‘Show da Black Friday 2020’, em sua segunda edição, contou com 9,5 milhões de visualizações. 

Outros varejistas a apostarem no modelo é a argentina Mercado Livre, que também realizou transmissões ao vivo no Brasil durante a Black Friday do ano passado e o Natal, e a Chilli Beans, lançando sua nova coleção no ‘Chilli Beans Live Circus’. 

Até o momento, o live commerce brasileiro é marcado por grandes marcas, grandes produções e influencers de peso. A tendência do comércio ao vivo, porém tem potencial para ser disperso para pequenos criadores de conteúdos, ou apenas donos de produtos que fazem recomendações ao vivo em livestreams

As mídias sociais podem ser um grande catalizador dessa descentralização de conteúdo de live commerce, oferecendo plataformas de grande alcance ao oposto de aplicativos e ferramentas próprias das grandes empresas varejistas. 

Juan Tasso - Smart Money

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