Após reduzir as taxas de juros de médio prazo (MLF) no início da semana, o Banco do Povo da China (PBoC) reduziu, nesta quinta-feira (20), os juros de referência (LPRs) do país.
O movimento indica que a instituição financeira quer fomentar uma aceleração do crescimento econômico do país, cujo Produto Interno Bruto (PIB) subiu 8,1% no ano passado.
Agora, os juros de referência (LPRs) de um ano foram reduzidos de 3,80% para 3,70% pelo PBoC, enquanto os juros de médio prazo (MLF) foram reduzidos de 4,65% para 4,60%.
A medida pretende estimular uma economia que vem sofrendo com duras restrições impostas para frear o avanço da Ômicron no país. Embora o PIB tenha ficado acima do esperado no ano passado, futuras desacelerações podem acontecer.
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Além do avanço da Ômicron, existe uma crise de falta de oferta e demanda, com quedas no consumo privado. O choque imobiliário provocado pelo colapso da Evergrande também afeta a economia do país
Ao diminuir as taxas de juros, a China vai em uma direção contraria da do resto do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, que seguem com as taxas em baixa histórica, possíveis novos aumentos já podem vir a acontecer em março segundo sinalizações do Federal Reserve (Fed) e a análise de economistas.
A mesma coisa deve acontecer na Europa, apesar das recentes sinalizações do Banco Central Europeu (BCE) de que não é a hora de aumentar as taxas, principalmente por conta as pressões inflacionárias que pairam sobre o continente. No Reino Unido, as taxas já foram elevadas.
No Brasil, os juros altos da taxa Selic já fazem parte da realidade do país, e novos reajustes ainda devem acontecer nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).