O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos manteve sua política monetária de juros de 0% a 0,25% nesta quarta-feira (26), mas alertou acerca do freio das políticas de estímulos que marcaram a pandemia de COVID-19.
Segundo o FOMC, o freio deve acontecer por conta das pressões inflacionárias que marcaram o fim de 2021.
“Com a inflação bem acima de 2% e um mercado de trabalho forte, o Comitê espera que logo será apropriado para elevar a taxa de juros de curto prazo”, diz o FOMC em nota. Possíveis reajustes nos juros já devem acontecer em março deste ano, diz o Comitê.
Outra decisão do Fed é de definir a retirada gradual dos estímulos, chamado de tapering, em US$ 30 bilhões, com redução no balanço, que atualmente está em aproximadamente US$ 9 trilhões, assim que os juros básicos do país começarem a ser ajustados.
O balanço subiu de forma exponencial após o início da pandemia de COVID-19 e a aplicações de medidas monetárias. No início de 2020, estava em aproximadamente US$ 4 trilhões.
O balanço do Fed é composto pelos ativos e passivos do banco central, como empréstimos concedidos pelo banco central para bancos regionais e o volume de Dólar em circulação.
Saiba mais
Inflação dos EUA atinge 7% em 2021, a maior em 39 anos
Segundo o FOMC, a economia norte-americana segue crescendo em um ritmo saudável, apesar do avanço da nova variante Ômicron no país. A inflação, porém, surpreendeu a instituição monetária, que agora se vê em uma posição de aumentar os juros para conseguir controlar a escalada de alta de preços. Além disso, o país passa por crises na cadeia de distribuição de suprimentos
Quando aumentar, será o primeiro reajuste desde dezembro de 2018, e ajudará a controlar uma inflação que está em sua maior alta há 40 anos. Em 2021, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 7%.
Possíveis reajustes dos juros básicos já eram uma expectativa do mercado desde o ano passado. Segundo o Fed, esse reajuste só não aconteceu hoje porque a instituição quis, primeiramente, tratar da redução gradual, e eventual suspensão, dos grandes pacotes de estímulos aprovados para sustentar a economia durante a pandemia de COVID-19.