De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (11), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,01% em fevereiro, surpreendendo o mercado que aguardava por uma alta de 0,95%.
É também uma aceleração na alta dos preços considerando a alta de 0,54% registrada em janeiro. A alta de fevereiro é a maior para o mês desde 2015.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação brasileira subiu 10,54%, acima dos 10,38% considerando os 12 meses anteriores.
Todos os nove grupos estudados pelo IBGE apresentaram variação positiva nos preços em fevereiro, com destaque para Educação (5,61%) e Artigos de Residência (1,76%).
No caso de Educação, a alta de fevereiro foi impactada principalmente por cursos regulares (6,67%), com destaque para o ensino fundamental (8,06%), a pré-escola (7,67%) e o ensino médio (7,53%).
A alta acima do esperado da inflação brasileira indica que o setor econômico continua se surpreendendo com a alta dos preços. As pressões que marcaram o segundo semestre de 2021 devem continuar impactando durante o primeiro semestre de 2022.
Em resposta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) pode optar por aumentos nas taxas de juros do país, que atualmente estão em 10,75% a.a. De acordo com o último relatório Focus, a Selic subirá para 12,25% a.a.
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Focus: mercado projeta inflação mais alta e maior crescimento econômico
Abaixo, acompanhe a inflação de fevereiro por grupos:
Índice geral | 1,01% |
Alimentação e bebidas | 1,28% |
Habitação | 0,54% |
Artigos de residência | 1,76% |
Vestuário | 0,88% |
Transportes | 0,46% |
Saúde e cuidados pessoais | 0,47% |
Despesas pessoais | 0,64% |
Educação | 5,61% |
Comunicação | 0,29% |
Considerando o grupo de Alimentação e bebidas, a alta foi influenciada por alimentos para consumo no domicílio (1,65%). Neste caso, as principais influências foram da batata-inglesa (23,49%) e da cenoura (55,41%).
No grupo de Transportes, destaque para automóveis novos (1,68%), que subiram pelo 18º mês consecutivo. Automóveis usados (1,51%) e das motocicletas (1,72%) também seguiram a tendência de alta. Os combustíveis (-0,92%) caíram pelo terceiro mês.