O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) anunciou nesta quarta-feira (16) que aumentará as taxas de juros dos Estados Unidos em 0,25%, o primeiro aumento desde 2018. Agora, a taxa variável alvo é de 0,25% a 0,50%.
O aumento das taxas é uma resposta direta às pressões inflacionárias do país. De acordo com dados do Índice de Preços de Consumidor (IPC), a inflação acumulada dos EUA foi de 7,9% em fevereiro, a maior desde 1982.
A abordagem do Fed é de tentar levar a inflação para a meta de 2%. Segundo o Banco Central do país, porém, a previsão é que 2022 termine com um IPC de 4,3%. Para 2023, a inflação deve ser de 2,7%.
Para o presidente do Fed, Jerome Powell, as expectativas eram de que a inflação desaceleraria já no primeiro semestre de 2022. Por conta da guerra na Ucrânia, desencadeando altas nas commodities, em especial o petróleo, essa desaceleração pode acontecer no segundo semestre do ano. Segundo Powell, porém, a inflação seja menor que a do ano passado, ela ainda será alta.
“A economia é muito forte e desempenha em um cenário de um mercado trabalhista pressionado e inflação alta. O Comitê antecipa que novos aumentos nas taxas de juros serão apropriados”, disse Powell em conferência de imprensa.
As declarações e projeções para a inflação indicam que as percepções de que a alta nos preços era temporária pode não representar a realidade. Além de problemas relacionados à cadeia de suprimentos, a guerra na Ucrânia joga mais uma onda de incertezas quanto ao desempenho econômico global.
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Segundo o FOMC, são esperados pelo menos mais seis reajustes nas taxas de juros durante 2022. Isso pode indicar que os juros do país podem terminar o ano acima de 1,75%, que seria a maior taxa desde 2008.
Até o final de 2024, as projeções do FOMC indicam uma taxa de juros entre 2,5% e 3%.
“A inflação permanece elevada, refletindo o desbalanceamento da oferta e demanda relacionada à pandemia, preços altos de energia e pressões elevadas nos preços gerais”, disse o FOMC em comunicado.
O Fed também disse que é difícil prever o futuro econômico e os efeitos relacionados à guerra na Ucrânia, pois o cenário geopolítico ainda está no ramo da incerteza.
“A invasão na Ucrânia pela Rússia está causando uma tremenda dificuldade econômica e humana. As implicações para a economia dos EUA são, em sua maioria, incertas, mas em um curto prazo a invasão e eventos relacionados provavelmente vão pressionar a inflação e a atividade econômica”, diz o Fed.
Foto: Reuters / Reprodução