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China tem aceleração da inflação em abril enquanto a política de ‘Covid Zero’ segue preocupando o setor econômico

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De acordo com dados divulgados pelo National Bureau of Statistics (NBS) da China, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país subiu 2,1% em abril na comparação anual, uma aceleração frente à alta de 1,5% em março. 

É a maior taxa de inflação anual desde novembro de 2021, fim de ano marcado pelo risco de calote pela companhia Evergrande, uma das maiores do setor imobiliário da China. 

Os dados de hoje ficaram um pouco acima do esperado pelo mercado, mas dentro das expectativas gerais. Para os próximos meses, é esperado que o IPC siga pressionando, mas que a inflação ao produtor desacelere. 


Saiba mais

Banco da China diz que sustentará a economia apesar dos problemas relacionados à Covid


A alta nos preços das commodities no mercado internacional, impulsionada recentemente pela guerra na Ucrânia, também foi uma das grandes responsáveis por uma alta inflação ao consumidor. 

Enquanto o IPC acumulado segue acelerando no país pelo terceiro mês seguido, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), por outro lado, desacelerou pelo 6º mês consecutivo, fruto das políticas governamentais de estabilização dos preços das commodities e aumento da oferta. 

Em abril, o IPP acumulado da China atingiu 8,0%, um pouco acima da estimativa de economistas, enquanto o país tenta mitigar os efeitos econômicos negativos da sua política de ‘Covid Zero’. 

A política que visa levar à zero o número de novos casos de COVID-19 é amplamente criticado pelo setor econômico, que vê ainda mais problemas na cadeia global de distribuição. Futuramente, esses problemas podem causar uma recessão entre as grandes economias. 

Xangai e Shenzhen são duas das cidades que já entraram sob lockdown total para conter o avanço do vírus. Além dos problemas relacionados a uma força de trabalho industrial e comercial paralisada por semanas, a compra em pânico de alimentos, por exemplo, também ajudou em uma inflação acelerada no último mês. 

Agora, o receio do mercado é que os confinamentos sejam aplicados na capital Pequim, embora o registro de novos casos na cidade tenha reduzido pela metade. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, chegou a chamar a política de governo da China como “não sustentável” após semanas de lockdown em Xangai. 

“Não achamos que [a política] seja sustentável considerando o comportamento do vírus e o que agora prevemos no futuro. Discutimos essa questão com especialistas chineses e indicamos que a abordagem não será sustentável. Uma mudança seria muito importante”, disse Tedros em uma coletiva de imprensa. 

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse que o diretor da OMS deveria cessar os comentários “irresponsáveis”, e que a organização deveria analisar a situação de maneira mais objetiva. 

O medo do governo chinês é de uma nova onda sem precedentes de infecções no país. Segundo estudos da Universidade Fudan, de Xangai, com parceria do Instituto Nacional de Saúde, o abandono total da política de ‘Covid Zero’ poderia colocar em risco a vida de 1,5 milhão de pessoas. 

Juan Tasso - Smart Money

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