Notícias

Por que a decisão da Opep desagrada os EUA?

2 Minutos de leitura

Após dias de especulação, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep) decidiu pelo corte de 2 milhões de barris por dia (bpd) na produção de petróleo, um movimento que tenta estabilizar os preços da commodity e reduzir a oferta do combustível fóssil em 2% no mundo. 

O corte, segundo o cartel, que é formado por grandes produtores como a Rússia e Arábia Saudita, entrará em vigor em novembro desde ano. 

Com o início da guerra na Ucrânia, o barril chegou a disparar para US$ 130, mas ficou abaixo de US$ 80 na semana passada. A tendência de queda acompanha os aumentos nas taxas de juros nos EUA e Europa, que por sua vez respondem às altíssimas taxas inflacionárias. 

O medo de recessão global no mercado atingiu os contratos de petróleo, que caíram consistentemente desde o início de agosto. Hoje, o barril brent está custando US$ 93 com alta de 1,77%. 

Além de diretamente influenciar o mercado da commodity e diminuir a oferta global, a decisão da Opep também afeta o cenário geopolítico, além de desagradar o governo dos EUA e prejudicar a Europa. 

Com taxas inflacionárias altas, o recuo nos preços do petróleo deslocou o IPC dos EUA para baixo com as quedas nos custos da gasolina para o consumidor. Um potencial aumento na commodity significaria que o cidadão norte-americano pode pagar por um combustível mais caro em um futuro próximo. 


Saiba mais

Comitê da Opep recomenda corte de 2 milhões bpd na produção de petróleo


A posição dos EUA é confirmada por uma nota divulgada pela Casa Branca, que diz: 

“O Presidente está decepcionado com a decisão míope da Opep+ de cortar a produção enquanto a economia global está lidando com os impactos negativos da invasão na Ucrânia por Putin”. 

Para o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, durante uma entrevista para a FOX News desta quarta-feira (05), os EUA precisam ser “menos dependentes” da Opep+ e dos produtores de petróleo estrangeiros. 

De forma direta, a redução na oferta pode beneficiar a Rússia, que hoje depende do mercado energético para conseguir financiar a guerra no leste europeu enquanto ainda lida com intensas sanções impostas pela União Europeia (UE). 

A queda do petróleo no mercado internacional significa menos dinheiro em caixa, enquanto o cenário oposto pode significar mais lucros para o governo Putin. Também significa que o governo de Joe Biden, que enfrenta duras críticas e baixa taxa de aprovação graças a inflação no país, pode enfrentar um retorno na alta dos preços dos combustíveis. 

No caso da Europa, a crise energética parece ainda não ter data para acabar, com o gás natural sendo o grande protagonista dos conflitos entre o bloco do continente e o governo Putin. Um potencial aumento dos preços do petróleo também deve gerar danos. 


Quer começar a investir com o auxílio de um assessor de investimentos? 

Clique no link, conheça a Messem Investimentos e inicie a sua jornada no mundo dos investimentos.

Juan Tasso - Smart Money

Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!

1857 posts

Sobre o autor
Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!
Conteúdos
Postagens relacionadas
Notícias

Setor de Serviços surpreende e cresce 0,9% em maio, acima das expectativas

1 Minutos de leitura
O volume de serviços no Brasil apresentou um crescimento surpreendente de 0,9% em maio, superando a previsão dos analistas de uma alta…
Destaques do diaNotícias

Relatório Focus: projeções para Inflação de 2023 e 2024 caem, enquanto expectativas para o PIB aumentam

1 Minutos de leitura
Em uma nova edição do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, as projeções para a inflação brasileira de 2023 e 2024 foram…
Notícias

IBC-Br surpreende e cresce 0,56% em abril, superando expectativas do mercado

1 Minutos de leitura
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou um crescimento…