Após dias de especulação, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep) decidiu pelo corte de 2 milhões de barris por dia (bpd) na produção de petróleo, um movimento que tenta estabilizar os preços da commodity e reduzir a oferta do combustível fóssil em 2% no mundo.
O corte, segundo o cartel, que é formado por grandes produtores como a Rússia e Arábia Saudita, entrará em vigor em novembro desde ano.
Com o início da guerra na Ucrânia, o barril chegou a disparar para US$ 130, mas ficou abaixo de US$ 80 na semana passada. A tendência de queda acompanha os aumentos nas taxas de juros nos EUA e Europa, que por sua vez respondem às altíssimas taxas inflacionárias.
O medo de recessão global no mercado atingiu os contratos de petróleo, que caíram consistentemente desde o início de agosto. Hoje, o barril brent está custando US$ 93 com alta de 1,77%.
Além de diretamente influenciar o mercado da commodity e diminuir a oferta global, a decisão da Opep também afeta o cenário geopolítico, além de desagradar o governo dos EUA e prejudicar a Europa.
Com taxas inflacionárias altas, o recuo nos preços do petróleo deslocou o IPC dos EUA para baixo com as quedas nos custos da gasolina para o consumidor. Um potencial aumento na commodity significaria que o cidadão norte-americano pode pagar por um combustível mais caro em um futuro próximo.
Saiba mais
Comitê da Opep recomenda corte de 2 milhões bpd na produção de petróleo
A posição dos EUA é confirmada por uma nota divulgada pela Casa Branca, que diz:
“O Presidente está decepcionado com a decisão míope da Opep+ de cortar a produção enquanto a economia global está lidando com os impactos negativos da invasão na Ucrânia por Putin”.
Para o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, durante uma entrevista para a FOX News desta quarta-feira (05), os EUA precisam ser “menos dependentes” da Opep+ e dos produtores de petróleo estrangeiros.
De forma direta, a redução na oferta pode beneficiar a Rússia, que hoje depende do mercado energético para conseguir financiar a guerra no leste europeu enquanto ainda lida com intensas sanções impostas pela União Europeia (UE).
A queda do petróleo no mercado internacional significa menos dinheiro em caixa, enquanto o cenário oposto pode significar mais lucros para o governo Putin. Também significa que o governo de Joe Biden, que enfrenta duras críticas e baixa taxa de aprovação graças a inflação no país, pode enfrentar um retorno na alta dos preços dos combustíveis.
No caso da Europa, a crise energética parece ainda não ter data para acabar, com o gás natural sendo o grande protagonista dos conflitos entre o bloco do continente e o governo Putin. Um potencial aumento dos preços do petróleo também deve gerar danos.
Quer começar a investir com o auxílio de um assessor de investimentos?
Clique no link, conheça a Messem Investimentos e inicie a sua jornada no mundo dos investimentos.