Após anunciar que vetaria a ampliação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para 2022, conhecido por “fundão” eleitoral, previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro disse que o aumento da verba será reduzido.
“Deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante, tá? A lei garante quase R$ 4 bilhões de fundo, o extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, estou em curso crime de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre, porque se o pessoal começar a bater muito, vão escolher para segundo turno Lula ou Ciro. A crítica é válida quando ela tem fundamento, pessoal. É igual leite condensado. Parte da direita bateu tanto em mim que eu falei: Pô, pelo amor de Deus, será que estou consumindo tanto leite condensado assim?”, disse Bolsonaro a um grupo de apoiadores.
Embora o “fundão” deva ser reduzido de R$ 5,7 bilhões para R$ 4 bilhões, ainda continua sendo o dobro do orçamento aprovado em 2018, quando ficou em R$ 2 bilhões.
A ampliação do fundo eleitoral é amplamente criticada pela oposição no Congresso Nacional. Na Câmara, a LDO para 2022 passou com amplo apoio da bancada governista.
Segundo Bolsonaro, porém, defendeu sua base e botou a culpa no deputado Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados:
“Os parlamentares aprovaram a LDO. É um documento enorme, com vários anexos. Tem muita coisa lá dentro. Muitos parlamentares tentaram destacar essa questão [“Fundão” Eleitoral]. O responsável por aprovar isso é o Marcelo Ramos lá do Amazonas, viu presidente [da Câmara]. Ele que fez isso tudo”, disse o presidente.
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Segundo Marcelo Ramos, o presidente foge das responsabilidades:
“Se depender do Bolsonaro, ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas”, disse.
A versão final do Orçamento para 2022, na forma de Lei Orçamentária Anual (LOA), deve ser enviada por Bolsonaro em agosto.
Foto: Agência Brasil / Reprodução