2020 tem sido um ano de bastante caos no setor econômico, principalmente em razão da atual pandemia do novo coronavírus. Mas o cenário de instabilidade e incertezas não é o suficiente para espantar investidores. No último mês de setembro, o Brasil alcançou a marca de 3 milhões de investidores pessoa física.
O número de investidores com conta na B3 vem aumentando gradativamente nos últimos anos. Em outubro de 2019, a B3 alcançou o número de 1,5 milhão de investidores pessoa física, valor esse que dobrou em menos de um ano. Segundo a B3, o número de contas ligadas a CPFs cresceu mais de 50% desde o início da pandemia, em março.
Um dos motivadores para pessoas físicas começarem a investir na Bolsa é o baixo patamar histórico da taxa Selic, que fechou um mês no negativo pela primeira vez em 18 anos no último mês de setembro. Com a baixa da Selic, a Bolsa aparece como uma alternativa na busca por aplicações mais rentáveis.
É necessário pontuar que a abertura de uma conta na Bolsa não significa que a pessoa é um investidor ativo. O aumento no número de contas, porém, mostra que há um grande aumento no interesse do brasileiro em ativos de renda variável, como ações, fundos imobiliários e demais produtos do setor, em sua maioria ainda pouco difundidos no mercado brasileiro, como derivativos e minicontratos.
De acordo com dados da B3, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram cerca de 50% do número de investidores e cerca 60% do volume de negociações. Em média, 73% dos investidores são homens.
Uma mudança em relação aos números de 2019 está na faixa etária do investidor pessoa física. A maior concentração está nos indivíduos entre 26 e 35 anos de idade, esse recorte de idade representa hoje 33,7% dos investidores. Em 2019, a maior concentração estava na faixa etária dos 36 a 45 anos de idade, que abrangia 27,5% dos CPFs presentes na Bolsa. O grupo que mais investe, porém, é das pessoas acima dos 66 anos de idade, responsáveis por um volume de 124 bilhões de reais.