Após a falta de acordos com o governo, foi aprovada nesta terça-feira (03) em assembleia deliberativa do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) a retomada da greve dos servidores da autarquia por tempo indeterminado.
Os servidores do BC cobram por reajustes salarias, que foram uma promessa do governo federal durante a campanha. O pedido é de 17% de reajuste, mas o governo ofereceu apenas 5%. Atualmente, um servidor do BC ganha entre R$ 19.197 a R$ 27.369.
“As razões principais foram o descumprimento, por parte do presidente do BC, da promessa de conseguir uma reunião entre o sindicato e o ministro Ciro Nogueira, a não apresentação de uma proposta alternativa aos 5% e a não apresentação de uma proposta sobre a parte não salarial de nossas demandas”, disse o dirigente do Sinal, Fábio Faiad, na semana passada.
Para o diretor da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Cristiano dos Santos Machado, o governo tenta compensar cinco anos de salários congelados estipulando bônus por produtividade, que não são o suficiente.
A categoria também marcou um ato presencial marcado para acontecer nesta quarta-feira (04) na frente do prédio do Banco Central (BC). A manifestação deve começar às 17h, poucas horas antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para a meta Selic.
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A primeira greve havia começado na primeira semana de abril, mas paralisações já aconteciam desde dezembro do ano passado. Na época, os servidores reagiam ao anúncio do governo federal de uma verba de R$ 1,7 bilhão destinada para reajustes para policiais federais e o setor penitenciário.
Uma das consequências diretas da greve de servidores é o atraso nas publicações de importantes indicadores da autarquia. O Boletim Focus, por exemplo, divulgado semanalmente, ficou sem publicação por mais de 4 semanas.
Outras divulgações para o mês de fevereiro, como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e os dados de investimento estrangeiro direto, que deveriam ter sido publicados em abril, foram divulgados nesta semana. O relatório da poupança e fluxo cambial também apresentaram atrasos.
No caso da reunião do Copom, que delega sobre a nova meta Selic, a decisão deve sair nesta quarta-feira (04) sem alteração na agenda apesar dos protestos que devem ocorrer na frente do prédio da autarquia.
Foto: Agência Brasil / Reprodução