O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (04) que ajustou a taxa variável de juros do país em 50 pontos-base, a maior variação desde 2000.
Com a decisão de hoje, as taxas de juros dos EUA estão entre 0,75% a 1,00%, dois meses após o primeiro reajuste no ano, quando a taxa foi ajustada em 0,25 p.p. Para muitos economistas, a taxa de juros poderá chegar a 2,5% ao término do ano.
A decisão é fruto de uma posição mais apertada do FOMC para tentar conter a alta severa das pressões inflacionárias. De acordo com dados de março, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do país subiu 1,2% na taxa mensal e 8,5% na taxa anual, a maior em 40 anos.
“Os ganhos do emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego reduziu substancialmente. A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços”, disse o Fed.
O Fed também reafirmou a retirada gradual do seu balanço patrimonial, que atualmente está em US$ 9 trilhões. Haverá uma redução de US$ 30 bilhões por mês a partir de junho.
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A inflação dos EUA já era uma dor de cabeça para o Fed desde o início do ano, mas a situação se agravou com o início da guerra na Ucrânia e os constantes problemas domésticos da China.
A guerra no leste europeu trouxe um novo panorama para o mercado energético. O barril de petróleo brent, do Mar do Norte, por exemplo, chegou a passar de US$ 135 nas primeiras semanas de conflito, elevando os preços da gasolina nas principais economias.
Na China, a política de ‘Covid Zero’ levou 25 milhões de pessoas em Xangai para um confinamento forçado, paralisando os setores comercial e industrial. A cadeia global de distribuição, que já passava por problemas desde o ano passado, foi amplamente prejudicada.
Agora, aumentam as suspeitas de que a China poderá colocar sob confinamento a cidade de Pequim. O movimento deve agravar ainda mais a situação da cadeia de distribuição, além de prejudicar o crescimento econômico do país.
Foto: Reuters / Reprodução