Foi divulgada nesta quarta-feira (25) a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), contando com importantes análises e projeções dos membros do Fed para as economia norte-americana e global.
A última reunião do FOMC contou com um ajuste de 50 pontos-base nas taxas de juros variáveis, que hoje estão entre 0,75% e 1%. O aperto da política monetária gerou um forte selloff em Wall Street, impactando o desempenho de inúmeros índices globais nas últimas semanas.
Segundo o Fed, apesar de um crescimento sólido no primeiro trimestre do ano, mostrando que as economias estão se adaptando com as novas ondas de COVID-19, o mundo ainda enfrenta fortes pressões inflacionárias:
“Inflação estrangeira cresceu significamente, impulsionada pela alta nos preços de energia e alimentos, bem como pressões no setor de bens e serviços”, diz a ata do FOMC. “Em resposta, vários bancos centrais no mundo apertaram suas políticas monetárias”.
Saiba mais
Petrobras tem nova troca de CEO; o que deve acontecer com o preço de paridade de importação?
Para o FOMC, além da guerra na Ucrânia, que atinge em cheio o mercado de commodities, ainda existem os fatores relacionados à China. No país asiático, a atividade de manufatura e de serviços caíram com a implementação do ‘Covid Zero’ em grandes metrópoles. A cadeia global de suprimentos também foi profundamente impactada.
A ata aponta para um crescimento rápido no índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que em março encerrou com uma alta anual de 6,6%. O PCE-núcleo, que exclui alimentação e energia, atingiu alta anual de 5,2%.
Em sua análise da situação financeira, o FOMC diz que os Treasury Yields de 2, 5 e 10 anos aumentaram de maneira significativa desde a última reunião monetária de março.
“O aumento nos Treasury Yields nominais foram explicados principalmente pelo aumento nos rendimentos reais, enquanto a compensação da inflação implícita pelos títulos protegidos pela inflação do Tesouro registrou pouca mudança”, diz o FOMC.
O FOMC acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA irá reverter as perdas do primeiro trimestre já no segundo trimestre do ano. Para a instituição monetária, o crescimento será sólido até o término do ano.
Os membros, porém, dizem que o mercado de trabalho continuará em um ritmo apertado e que o PIB desacelerará em 2023 e 2024 na mesma medida em que as medidas monetárias tornarão menos acomodatícias.
Quanto à inflação, o FOMC revisou um pouco para acima as projeções para a segunda metade do ano e em 2023, principalmente pelos problemas nas cadeias de suprimento que ainda não se recuperaram. Acredita-se em um PCE anual de 4,3% ao término de 2022, 2,5% em 2023 e 2,1% em 2024.
“A guerra na Ucrânia foi vista como uma fonte possível de ainda maiores pressões nos preços de energia e commodities”, diz o FOMC. “Essa guerra e os desenvolvimentos adversos relacionados à COVID na China são interpretados como um risco crescente de que os problemas relacionados à cadeia global de distribuição serão ainda mais exacerbados nos EUA e no mercado estrangeiro”.