De acordo com a ata divulgada nesta quarta-feira (06) da última reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), o próximo ajuste nas taxas variáveis de juros dos Estados Unidos provavelmente será de 0,50 p.p. ou 0,75 p.p.
O movimento deve acontecer após o aumento de 0,75 p.p. promovido pelo Fed na última reunião da segunda metade de junho. Na ocasião, foi o maior reajuste promovido pela autoridade monetária em 28 anos.
“Os membros participantes concordam que as perspectivas econômicas justificam o movimento das políticas monetárias para uma postura restritiva”, diz a ata divulgada pelo FOMC. “E eles reconhecem a possibilidade de que uma postura ainda mais restritiva talvez seja apropriada caso as pressões inflacionárias elevadas persistam”.
Nos Estados Unidos, bem como deve acontecer na Zona do Euro neste mês, os ajustes nas taxas de juros acontecem para tentar barrar as intensas pressões inflacionárias. Além dos efeitos pós-pandemia e problemas na cadeia de distribuição global, a guerra na Ucrânia trouxe problemas no mercado energético.
Para uma lista cada vez maior de economistas, a corrida do Fed com a curva de juros para barrar as pressões da inflação pode causar uma recessão no país no ano que vem, na medida em que o crescimento econômico terá danos.
De acordo com dados de junho, a inflação dos Estados Unidos registrou 8,6% na taxa anual, a maior em mais de 40 anos. Moradia, alimentos e combustíveis seguem sendo os grandes vilões para o CPI (Consumer Price Index) norte-americano.
Segundo a ata do FOMC, a autoridade monetária reconhece o eventual atraso no crescimento econômico por um tempo:
“Os membros reconhecem que as políticas monetárias podem desacelerar o ritmo de crescimento econômico por um tempo, mas enxergam o retorno da inflação ao patamar de 2% como crítico para atingir taxa de emprego ideais de forma sustentada”, diz o FOMC.