Educação Financeira

Estamos diante de um Bear Market?

4 Minutos de leitura

Na sexta-feira (13), o S&P 500, um dos principais índices do mercado dos Estados Unidos, fechou a semana em queda de 1,41%, a 4.023,89 pontos. Os dados do fim de semana aumentam as suspeitas de que estamos em um período de Bear Market no mercado, ou pelo menos muito próximo disso. 

Bear Market, em termos básicos, significa quedas consistentes acima de 20% no mercado e um período mercado por baixo crescimento econômico nas grandes potências globais. A figura do urso, ao oposto do touro (Bull Market), reflete um sentimento de pessimismo com o mercado. 

Caso você fique confuso, lembre-se de como um urso e um touro atacam. De baixo para cima, o touro é símbolo de um mercado otimista em com tendência de alta. Com seu ataque de cima para baixo com as patas, o urso representa um sentimento pessimista e de quedas. 

Já ouviu falar em “mercado bearish” e “bullish”? Também são termos utilizados no ramo financeiro para definir as tendências atuais do mercado. 

No caso da S&P 500, o dado que realmente importa é a queda desde o início do ano, quando o índice atingiu um pico. Desde o dia 3 de janeiro, o índice caiu 15,57%, para 4.023,89. Na quinta-feira (12) passada, a queda chegou a 19,6% comparada com o pico do início do ano. 

Para muitos economistas, são sinais claros de um Bear Market na medida em que o índice se aproxima de quedas de 20%, embora não estejamos tecnicamente neste patamar. 

Embora a discussão continue acerca do aprofundamento das quedas ou recuperação das bolsas, é correto dizer que os problemas relacionados à Ucrânia e China, além de heranças da pandemia eu ainda não se resolveram, derrubaram o sentimento do mercado no primeiro semestre de 2022. O resultado é um Fed com políticas mais apertadas e com um mercado temendo uma recessão. 


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Guerra, Covid e Fed 

A pandemia de COVID-19 certamente deixou várias heranças ao mercado, desde problemas inflacionários até problemas na cadeia global de suprimentos. 

O que o mercado não contava, porém, era o início de uma invasão armada na Ucrânia, que trouxe um grande problema na geopolítica internacional e no mercado energético. 

De imediato, o mercado energético passou por picos logo no início da guerra. O barril de petróleo brent, do Mar do Norte, chegou a saltar de US$ 90 para US$ 135, impulsionando os preços dos combustíveis em países como o Brasil e Estados Unidos. Gás natural e alimentos, como grãos, também seguiram uma tendência de alta. 

As sanções impostas pelos países, como o banimento de petróleo russo nos EUA e estudos para diminuir o consumo de gás natural na Europa, também trouxeram instabilidade para o mercado, que teme uma alta mais acentuada dos preços e um mundo tomado por uma inflação alta. 

Enquanto isso, a China tenta barrar o avanço da COVID-19 no país através de sua política de ‘Covid Zero’, que já colocou mais de 25 milhões de pessoas em confinamento em Xangai e colocou a cidade de Shenzhen sob lockdown. A capital Pequim, que continua registrando novos casos da doença, pode encaminhar para o mesmo destino. 

A política deve impactar o crescimento econômico da China em 2022 e também causar ainda mais problemas na cadeia global de distribuição de suprimentos, que já estava prejudicada graças a herança da pandemia. O resultado para o mundo pode ser traduzido em mais inflação e atrasos no crescimento econômicos. 

Por esses motivos, existe um sentimento crescente de que o mundo pode passar por um estagflação e que os Estados Unidos podem entrar em uma recessão até o ano que vem. 

Acompanhando o sentimento negativo do mercado, o ajuste em 0,50% promovido pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA nas taxas variáveis de juros demonstra uma posição mais firme que a da última reunião. 

Para alguns economistas, a combinação de fatores trazidos pela inflação e ajustes nos juros pode atrapalhar o crescimento econômico do país, ao mesmo tempo em que a alta dos preços pode continuar pressionando. 

De qualquer maneira, o sentimento atual do mercado é de incerteza. A queda de 20% do índice S&P 500 deve “oficializar” a entrada no Bear Market, mas o chão ainda é indefinido. 

Quantos Bear Markets existiram na história? 

Considerando que uma queda de 20% após o pico pode ser considerada como uma entrada em um Bear Market, os Estados Unidos passaram por inúmeras quedas que chegaram a passar de 50%. 

Todas elas tiveram alguma relação com crises globais ou conflitos na geopolítica internacional. 

Abaixo, confira as principais delas: 

1929: a Grande Depressão que se estendeu até 1933 foi marcada por inúmeras quedas acima de 20% no mercado. Nesse período, a Bolsa de Valores chegou a perder 73% do seu valor, acompanhando a regressão de 12,9% do PIB e uma taxa de desemprego acima de 24%. 

1948: foram 363 dias que culminaram em uma queda de mais de 20%. Semelhante à 2022, as quedas foram impulsionadas pelos reajustes positivos nas taxas variáveis de juros. 

1968: foram dois anos de quedas. Em 1970, a queda acumulada foi de 36%.  

1973: o embargo da OPEP a nações que eram vistas como apoiadoras de Israel impulsionou uma queda de 48,2% em um período de quase dois anos. 

2000: acompanhando uma recessão, o mercado chegou a cair 36% em um período de 546 dias. 

2007: a queda de 52% em 408 dias veio acompanhada da crise dos suprime e a Grande Recessão. 

2020: com o início da pandemia, o mercado caiu 34% em apenas 33 dias. 

Juan Tasso - Smart Money

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