De acordo com dados publicados na manhã desta segunda-feira (16), a balança comercial da zona do euro registrou déficit recorde em março de 2022.
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As informações foram divulgadas pela Eurostat – Gabinete de Estatísticas da União Europeia. Os 19 países que usam a moeda pan-europeia registraram um déficit comercial de € 16,4 bilhões, uma queda ante o dado registrado em fevereiro de 2022 (- € 8,8 bilhões) e março do ano passado, onde a região registrou um superávit de € 22,5 bilhões.
Na comparação com o mesmo período no ano passado, as importações na região cresceram 35,4% em março de 2022, contra um avanço de 14,0% no valor das exportações.
A União Europeia (UE) como um todo registrou um déficit de € 27,7 bilhões. Segundo o relatório da Eurostat, o resultado negativo vem na esteira do aumento crescente nos custos para importação de energia no mercado internacional.
Importações de Rússia e Noruega, os principais fornecedores de gás natural para a UE, mais do que dobraram no 1T22 ante o 1T21. O valor em importações da Rússia para a UE cresceu 104,2%, de € 31,2 para € 63,7 bilhões, enquanto as importações vindas da Noruega subiram de € 13,3 para € 31,9 bilhões (+139,8%).
O déficit comercial no comércio de energia quase triplicou, passando de € 69,1 bilhões no 1T21 para € 164,7 bilhões no 1T22, um crescimento de 138,4%. Somente com a Rússia, a União Europeia acumulou um déficit comercial de € 45,2 bilhões, alta de 318.5%.
Os dados chegam menos de uma semana após boa parte dos países-membros do bloco econômico divulgarem seus dados de inflação para o mês de abril deste ano. Em países como Alemanha e Portugal, os índices de preço ao consumidor já acumulam alta superior a 7% nos últimos 12 meses.
O déficit comercial da zona do euro e da União Europeia como um todo aparece como mais um fator a colocar pressão contra a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu. Hoje, o maior desafio das instituições parece ser encontrar uma maneira de conter o avanço da inflação no continente e, ao mesmo tempo, reagir de maneira assertiva contra a presença do exército russo na Ucrânia.