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Vai investir em renda fixa? Fique de olho nesses investimentos 

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Na última quarta-feira (04), o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a elevação da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, para 12,75% ao ano. Com os juros em alta e as perspectivas de aumento, cada vez mais investidores são atraídos para o mercado de renda fixa no Brasil. 

Os motivos são simples: a Selic em alta proporciona a chance de alcançar ganhos reais através do mercado de investimentos sem que o investidor precise se expor a riscos elevados. Aliás, essa é justamente a aposta do Banco Central (BC) com a elevação dos juros. 

A Selic em alta incentiva as pessoas a consumirem menos, com os ‘taxões’ sugerindo que você deixe seu dinheiro rendendo ao invés de gastá-lo de forma descontrolada. Essa estratégia empregada pelo BC, e por outros bancos centrais ao redor do globo, faz parte da execução de uma política contracionista

Para os investidores, a Selic em 12,75% a.a. representa a chance de ‘travar’ os juros a longo prazo, isto é, comprar agora ativos de renda fixa que vão garantir rendimentos reais pelos próximos anos. 

Tendo isso em mente, a Smart Money separou alguns ativos de renda fixa que valem a pena ficar de olho durante esse momento de alta da Selic. Confira! 

Tesouro Direto 

Depois da poupança, que você deve evitar, os títulos do Tesouro Direto são os investimentos mais populares do mercado de renda fixa no Brasil. Esses ativos são ligados à dívida pública brasileira e, quando investe nesse produto, o investidor está na prática emprestando dinheiro diretamente ao governo federal. 

Como o governo é amplamente considerado o melhor pagador do mercado, aquele que oferece o menor risco de calote, os títulos do Tesouro Direto são considerados investimentos com garantia soberana. Essa é, portanto, a aplicação financeira mais segura do Brasil. Os títulos variam bastante entre si, proporcionando diferentes rendimentos e forma de pagamento aos investidores. 

Os títulos do Tesouro Direto podem ser prefixados ou pós-fixados, ou seja, os investimentos podem ter uma taxa fixa pré-estabelecida ou ter seu rendimento atrelado ao desempenho que seu indexador tiver durante o período de aplicação. Esses indexadores podem ser diferentes indicadores econômicos, sendo eles a própria Selic ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do Brasil. 

Em momentos de juros elevados, pode ser interessante investir em títulos prefixados, justamente para conseguir a desejada ‘trava’ dos juros futuros. Essa dica vale para o Tesouro Direto e para todas as aplicações em seguida. Já em momentos de juros baixos, pode ser interessante comprar um ativo pós-fixado apostando em uma alta da Selic, por exemplo, no futuro. 

Existem ainda os títulos mistos, que oferecem um rendimento pós-fixado somado a uma taxa fixa, como é o caso das aplicações IPCA+. Os títulos IPCA+ são uma boa opção para aqueles investidores que buscam proteger seu patrimônio da inflação, que já supera os 11% no acumulado dos últimos 12 meses. 

Para os ‘rentistas’, existem opções de investimentos no Tesouro Direto com pagamento semestral de juros, como é o caso dos títulos IPCA+ com juros semestrais, que paga parte dos rendimentos aos investidores, que não precisam esperar até o fim da aplicação para resgatar os lucros.


Saiba mais 

Renda fixa: entenda por que você precisa investir nesse mercado


Certificado de Depósito Bancário (CDB) 

Outro investimento de bastante tradição no mercado brasileiro é o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Assim como os títulos do Tesouro Direto, os CDBs também são títulos de dívida. 

Aqui, no entanto, o investidor está emprestando seu capital para um banco que, por sua vez, está emitindo os títulos de dívida com o objetivo de captar recursos. Existem CDBs prefixados, pós-fixados e mistos. 

Os CDBs pós-fixados acompanham o CDI, taxa que acompanha a Selic. Se você quer entender melhor o que é o CDI e como funciona esse indexador, clique aqui

Fundos de investimento 

Está sem tempo para gerir seus investimentos de forma ativa? Não tem o capital necessário para ter a diversificação desejada na sua carteira? Então os fundos de investimentos podem ser uma boa alternativa para você. 

Fundos funcionam como ‘condomínios’ de investimentos, onde os cotistas compram uma cota do mesmo como forma de aporte, enquanto um gestor faz a administração dos recursos captados. Os lucros – e possíveis prejuízos – são distribuídos aos cotistas de forma proporcional às cotas adquiridas. 

Cada fundo tem suas características próprias e cabe ao gestor gerenciar os recursos de maneira condizente com o que é vendido aos cotistas. No caso dos fundos de renda fixa, 80% dos recursos captados devem ser investidos em ativos de renda fixa, seja prefixado, pós-fixado ou misto. 

Em relação a outros investimentos de renda fixa, os fundos têm um pequeno diferencial que pode impulsionar os ganhos alcançados. Os 20% não investidos em renda fixa podem ser alocados em ativos mais voláteis, como ações ou derivativos, com objetivo de aumentar o potencial de lucros da carteira do fundo. 


Saiba mais 

Para Allan Rodrigues, sócio da Grou Capital, a disciplina nos processos molda o sucesso de um fundo de investimentos


Previdência privada 

Vamos falar de longo prazo? Se essa é a sua maior preocupação, passou da hora de você conhecer o mercado de previdência privada. 

Desde que foi reformada, a previdência privada deixou de ser apenas uma forma de garantir uma aposentadoria extra na velhice. Hoje, é uma das principais modalidades de investimentos de longo prazo disponíveis no mercado brasileiro. 

A previdência privada é composta por fundos de investimentos especiais, um serviço prestado a partir de seguradoras. Estes fundos podem ser ofertados por empresas a seus funcionários ou até mesmo contratados diretamente pelo trabalhador. 

Com a evolução do mercado, a previdência privada se tornou o produto com maior valor investido no mercado financeiro brasileiro. Hoje, boa parte dos principais fundos de investimentos tem uma versão adaptada para o mercado de previdência privada. Boa parte dessa popularidade se deve pelas vantagens tributárias oferecidas pelos fundos de previdência. 

Nos fundos do tipo Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), o investidor pode abater parte dos tributos a pagar, investindo até 12% do valor em previdência privada. Enquanto isso, nos fundos do tipo Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL), o investidor paga alíquota do IR apenas sobre os rendimentos obtidos pelo fundo – e não sobre o montante total. 

Na hora do resgate, a previdência privada oferece algumas possibilidades aos investidores, as principais sendo: 

  • Renda vitalícia: o cliente recebe valores referentes à aplicação pelo restante de sua vida.  
  • Renda por prazo determinado: o cliente estipula um determinado tempo para receber os valores referentes à aplicação.  
  • Autogestão do recurso: o cliente pode manter o aporte na previdência privada por tempo indeterminado, fazendo saques conforme julgar necessário. 

A previdência privada também é um produto importantíssimo para o planejamento de sucessão patrimonial. É o único produto além dos seguros de vida que não é inventariado e, portanto, pode ser sacado de forma mais ágil pelos herdeiros. Títulos de previdência podem ser importantíssimos para lidar com toda a burocracia do processo sucessório. 


Saiba mais 

O que eu preciso saber para começar a investir em previdência privada?


Conclusão 

Escolher um ativo de renda fixa para compor a sua carteira de investimento é um processo que varia bastante de investidor para investidor. Afinal, cada um de nós tem objetivos e preocupações diferentes. 

O mais importante é ter sempre em mente um princípio: diversificação. Vá, a medida do possível, construindo uma carteira de investimentos que supra todas as suas necessidades. Comece pelo que é mais urgente e vá completando sua carteira. 

Investir demanda estudo, e bastante pesquisa. Tenha calma e, caso se sinta inseguro, não pense duas vezes em buscar ajudar de um especialista para ajudar na montagem da sua carteira de investimentos. 

Guilherme Guerreiro

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