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Por que investir em investimentos alternativos?

4 Minutos de leitura

Você conhece os investimentos alternativos? Como o próprio nome já indica, essas aplicações financeiras são diferentes dos investimentos considerados tradicionais.


Saiba mais 

Investimentos Alternativos


Se você quer saber exatamente o que são esses investimentos e suas principais modalidades, pode conferir a matéria da coluna Descomplica sobre essa classe de investimentos. 

Neste conteúdo exclusivo Smart Money, conversamos com a especialista em fundos alternativos Mariana Pólvora, que trabalha na área de Produtos e Alocação da Messem Investimentos. Mariana nos ajudou a entender as principais vantagens de entrar no mercado de investimentos alternativos e onde o investidor precisa estar atento para escolher um ativo coerente com seus objetivos. 

POR QUE INVESTIR NESSE MERCADO 

Na visão da especialista, dois pontos principais levam os investidores aos investimentos alternativos: diversificação e redução da volatilidade da carteira. 

Sobre a diversificação, Mariana afirma que – através dessas aplicações – é possível acessar empresas que não estão amplamente disponíveis para investimentos. Essa diversificação se dá, entre outros motivos, porque um investimento alternativo muito dificilmente será igual a outro. 

“Um fundo de private equity vai ser totalmente diferente do outro”, explica. “Mesmo que eles tenham o mesmo gestor, porque dificilmente ele vai estar investimento nas mesmas empresas, eles (fundos de private equity) não se sobrepõem em questão de carteira. Se a gente for olhar para um fundo de ações listadas em bolsa (um investimento tradicional), são as mesmas empresas disponíveis para todo mundo”. 

No caso de um fundo de ações convencional, como explica Mariana, muitas vezes dois fundos diferentes acabam repetindo algumas posições em determinadas empresas. Mesmo que os fundos tenham estratégias e objetivos diferentes, essa repetição de ativos entre um portfólio e outro fere a diversificação de uma carteira de investimentos, deixando a mesma ainda mais exposta às oscilações do mercado de renda variável. 

Na questão da volatilidade, a especialista em fundos alternativos aponta que os investimentos alternativos acabam tendo uma menor oscilação no curto prazo. Isso acontece porque, estando fora da bolsa, essas aplicações não sofrem com o ‘humor de mercado’, como ela classifica. 

“Por eles não estarem listados, não estarem em uma marcação a mercado, esses fundos (alternativos) não sofrem com o que a gente chama de ‘humor’ de mercado”, explica Mariana. “Saiu, por exemplo, uma notícia sobre o governo e a bolsa caiu naquele dia. Os fundos alternativos, de uma forma geral, não vão ter essa oscilação”. 

Isso, segundo ela, se estende também para fundos de crédito privado, não apenas para o mercado de private equity ou venture capital. “Os fundos de special sits também não vão ter essa oscilação de acordo com o humor de mercado”, aponta. “E as vezes foi só uma notícia e nem aconteceu nada, só um burburinho, as empresas não sofreram”. 

“Nós escutamos muito ‘as empresas tão super saudáveis, entregando resultados maravilhosos, mas o cenário econômico não está indo tão bem e por isso a bolsa caiu’. Nesses fundos alternativos, não temos esse ponto. Se a empresa realmente está saudável, está indo bem, o gestor vai conseguir fazer uma boa venda dela e ter um bom resultado”.

PONTOS DE ATENÇÃO 

Um ponto importante de ter em mente ao aplicar seu capital em um investimento alternativo é entender que esses são investimentos de risco. São investimentos onde o objetivo principal é buscar uma grande rentabilidade e, por isso, o risco também é mais elevado. 

“Isso nós não podemos descartar em momento algum”, aponta Mariana. Através do aporte nesses investimentos, a especialista afirma que é possível alcançar uma maior diversificação dentro da parcela destinada a risco da carteira de investimentos. 

“Todos os investimentos alternativos têm objetivos de retorno bem atrativos. Em private equity e venture capital, por exemplo, muitos fundos têm objetivo de retorno na casa dos 40% ou 50% ao ano”, explica a especialista. “Na parte de crédito, muitas vezes os fundos buscam entregar CDI mais uma taxa de até 8% ao ano, são rendimentos específicos porque é uma classe de ativos de risco. 

Por conta disso, Mariana afirma que é importante o investidor ter consciência sobre o seu perfil de investidor para saber se um fundo alternativo cabe ou não dentro da sua carteira. “Faz sentido correr risco? Qual o tamanho do risco que cabe dentro da sua carteira? Isso (o perfil de investidor) é um ponto importante de analisar antes de entrar em qualquer investimento de risco”, aponta. 

Com isso em mente, a seleção de um fundo alternativo segue os mesmos princípios do processo de escolha de fundos tradicionais. “Quando eu vou estudar um fundo aqui na Messem, qual o principal fator que eu me atento? É o gestor”, afirma. 

“Você (investidor), está tirando a decisão de onde alocar o recurso da sua mão e transferindo para o gestor”, explica Mariana. “Quem é o gestor, qual o histórico dele, por onde ele já passou e há quanto tempo ele tá fazendo o que faz hoje com essa mesma estratégia. Isso é o principal entre todos os pontos de atenção”. 

Outra questão chave para a especialista é o acesso à informação. Segundo ela, o nível de informação fornecida por uma gestora aos seus cotistas é, também, um ponto a se prestar muita atenção na hora de decidir onde investir o seu dinheiro. “É muito importante, para o investidor estar a par do que está acontecendo dentro do fundo”, aponta. 

E, como todo investimento, o investidor não precisa tomar todas essas decisões sozinho. Se você tem dúvidas sobre onde alocar o seu dinheiro, procure uma assessoria especializada. 

Com o mercado financeiro em forte expansão no Brasil, o acesso à informação de qualidade e assessoria especializada estão cada vez mais fáceis. Estude, cuide da sua carteira e não hesite em recorrer à ajuda de profissionais especializados, que trabalham em tempo integral para tornar a sua jornada no mundo dos investimentos mais eficiente. 

Guilherme Guerreiro

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