No dia 24 de fevereiro de 2023 o embate entre Rússia e Ucrânia completou um ano, e, após estes 12 meses de batalhas e sanções globais, analistas políticos ainda não arriscam determinar uma conclusão para o conflito.
Entre as consequências deste conflito estão os mortos e feridos, que segundo o ministro da defesa da Noruega já ultrapassam 310.000 pessoas. As populações de ambos os países e a economia global sofrem com a devastação resultante da guerra e com as sanções realizadas.
Apesar da guerra ter completado um ano em 2023, as disputas territoriais se iniciaram em 2014, quando a Rússia anexou a região da Crimeia que já possuía grupos separatistas financiados pelos russos. Após este movimento, outras regiões da Ucrânia também foram alvo de movimentos separatistas, porém não foram anexadas. Em 2022, a Rússia conseguiu enfim anexar as regiões que tentava desde 2014: Luhansk e Donetsk, que são pontos estratégicos de recursos naturais e polos industriais.
Desde o início da guerra no ano passado, Estados Unidos e União Europeia lançaram sanções contra a Rússia, na tentativa de enfraquecer economicamente e militarmente o país e atingir um cessar fogo. As medidas tinham como primeiro foco diminuir as exportações russas, o que teve uma reação inflacionária, uma vez que os principais bens negociados pelo país são commodities, como petróleo, gás e minério. Entretanto, tais medidas afetaram a Europa, que é grande consumidora do gás russo, e aproximou a Rússia de novos compradores: China e Índia.
As relações entre a China e o Ocidente se deterioraram desde então, especialmente a relação com os Estados Unidos. Fatos como o apoio americano a Taiwan em sua independência frente a China, reuniões mal sucedidas entre representantes dos dois países e o mais recente “balão espião” chines, também influenciaram para que a mídia começasse a tratar o assunto como “a nova guerra fria”.
Na data do aniversario do conflito bélico entre os dois países europeus, Estados Unidos e União Europeia lançaram uma nova onda de sanções. Tal medida veio com um tom mais generalista, visando cortar bens que não tenham finalidades exclusivamente militares, como o corte de exportações de veículos e tecnologias de semicondutores.
O mercado financeiro aguarda por dados econômicos dos próximos meses para avaliar o impacto de tais medidas a sua luta contra a inflação. Ainda entre os meses de março e abril, se iniciará o período de “estoque de gás” na Europa, que pode, mais uma vez, ser um dos principais indicadores de como os países do velho continente irão se portar em relação ao conflito.
Após 12 meses de conflito, economistas ainda fazem projeções macroeconômicas sem considerar o fim da guerra. Apesar do elevado número de mortos e feridos, das dificuldades econômicas encontradas nos dois países envolvidos e em países que sofrem com as sanções, o mercado não precifica um movimento rápido para o fim da guerra. Ao contrário, aguarda reações dos líderes mundiais sobre possíveis novas “guerras frias”.