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Estagflação e aprendizados para o futuro

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O Brasil passou por um período vigoroso de crescimento econômico nos anos 60 e início dos anos 70, chegando a crescer acima de dois dígitos (10% em 61, 11,42% em 1968, 13,79% em 1973) devido a uma forte presença do Estado como fornecedor de crédito e como investidor, passando depois por uma forte recessão que levou à famigerada década perdida dos anos 80, onde tivemos queda no PIB acima de 4,00%.

Grande parte deste colapso pode ser atribuído por algo que hoje é muito comentado que é a “estagflação”. Um cenário onde um choque de oferta causa alta na inflação sem crescimento econômico, forçando o Banco Central a aumentar taxas de juros apesar de a atividade estar fraca.

Nos anos 70, tivemos o “choque do petróleo” causado por um corte de produção por parte da OPEP que fez com que os preços chegassem a subir mais de 400% em cerca de 3 meses, gerando um choque inflacionário no mundo todo.

A dificuldade do Brasil na época era que o país dependia muito da importação de petróleo e para manter a atividade econômica acelerada, precisava que os níveis de importação se mantivessem e para isso as reservas cambiais foram utilizadas na compra de commodity.

Esse problema seria solucionado com entrada de mais dólares, o que se atrai com taxas de juros mais altas, por exemplo. O problema é que a inflação nos EUA levou as taxas de juros do mundo todo para cima e o Brasil teve muita dificuldade de se tornar atrativo para investidores estrangeiros.

O resultado destes choques dos anos 70 foi uma inflação acima de 1.000%, uma década de recessão econômica e diversos retrocessos econômicos e sociais já conhecidos.

Não há nenhum indício de que estejamos numa situação tão grave quanto a que já estivemos, mas a pandemia trouxe um cenário relativamente parecido e algumas lições precisam ser aprendidas, especialmente a não subestimar a necessidade de investimentos, disciplina fiscal e controle de inflação.

“Quem não recorda o passado está condenado a repeti-lo.”

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A educação financeira é uma histórica lacuna no nosso modelo de ensino, mas felizmente existem dezenas de iniciativas que trabalham para fechar esse gap, e o projeto desta coluna é mais uma delas. Temos como missão traduzir para você aquele “Economês” frequente no mercado financeiro, além de desmistificar os paradigmas mais comuns do cotidiano de um investidor. Vamos tratar de temas atuais e como eles podem impactar diretamente a maneira como você investe. Vamos propor reflexões sobre o cenário e como tirar o melhor proveito dele. Nosso intuito é trazer um ponto de vista do lado de dentro do mercado, como cada tema é tratado e discutido na frenética mesa de operações – um mundo fascinante. Estaremos aqui todas as segundas-feiras, sempre tratando do que é relevante para você e seus investimentos. Juntos vamos fazer investimentos mais inteligentes!"

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