O fluxo de capital estrangeiro é um indicador que mostra a quantidade de recursos financeiros direcionados para o país por investidores estrangeiros. Esses fluxos de capital são essenciais para mercados em desenvolvimento e emergentes, como o nosso. Eles contribuem para o aumento de investimentos e financiamentos.
O fluxo de capital estrangeiro afeta a taxa de câmbio e a saúde econômica do país. Uma leitura mais elevada do que o esperado é considerada positiva para o Real, enquanto uma leitura abaixo do esperado é vista como negativa. O fluxo também é influenciado por fatores globais, como decisões de juros em diferentes países e políticas monetárias. Ou seja, uma mudança de juros na Europa pode impactar diretamente o fluxo do investidor americano na bolsa brasileira. Uma fala de uma autoridade brasileira pode também impactar positivamente ou negativamente esse fluxo, e sim, a política tem feito muito preço no curto prazo, em geral, no médio prazo a tendencia é normalizar.
Em resumo, o fluxo de capital estrangeiro é um indicador crucial para entender a dinâmica econômica e os investimentos no Brasil. Ele reflete a confiança dos investidores estrangeiros na economia do país.
Em tópicos descrevo os benefícios que uma leitura bem feita de fluxo estrangeiro pode fazer para o investidor local.
- Os investidores estrangeiros trazem liquidez para a Bolsa, suas negociações aumentam o volume de transações e tornam o mercado mais ativo.
- O fluxo afeta diretamente os preços das ações. Compradores estrangeiros aumentam a demanda, impulsionando os valores das ações, quando eles vendem, deve haver pressão de baixa nos preços. Lembrando que quanto maior for a taxa de cambio, ou seja, o real estiver desvalorizado, maior a relevância do estrangeiro nos preços. Hoje o real vale 0,20 cents de dólar.
- O interesse dos investidores estrangeiros na Bolsa reflete sua confiança na economia do país, fluxos positivos indicam que os estrangeiros veem oportunidades e acreditam no potencial de crescimento.
- O fluxo contribui para o crescimento econômico. Investimentos estrangeiros geram empregos, estimulam setores e impulsionam o desenvolvimento.
Em 2024, os estrangeiros estão deficitários em 24 bilhões de reais, ou seja, venderam desde primeiro de janeiro até início de abril, essa forte quantia, que o mercado local, pessoas físicas e institucionais brasileiros tiveram que absorver, refletindo em um ano até aqui negativo para o Ibovespa.
Em contrapartida em 2023, quem dominou a direção altista do Ibovespa foram os estrangeiros. Semanas antes de movimentos fortes de alta da bolsa, como em novembro e dezembro, os estrangeiros compraram ações brasileiras. Ao fim de 2023, os estrangeiros registraram uma entrada acumulada de R$ 56,0 bilhões.
Em geral os estrangeiros utilizam de critérios fundamentalistas para tomar suas decisões de investimentos. Eles tendem a querer entender os fundamentos das empresas. Isso inclui examinar seus relatórios financeiros, como balanços patrimoniais, demonstrações de resultados e fluxos de caixa. Analisam indicadores como lucro líquido, margem de lucro, receita, dívida, dividendos e perspectivas de crescimento.
Fora isso, eles consideram tendências globais e locais para identificar setores promissores. Avaliam o risco associado a cada ação. Isso envolve entender a volatilidade, histórico de preços e eventos específicos da empresa. Sempre buscando um equilibro entre o retorno potencial e o risco aceitável.
Em sua maioria, os estrangeiros não compram ou vendem na euforia ou desespero, realizam pesquisas extensas. Isso inclui ler relatórios de analistas, notícias, blogs e acompanhar eventos do mercado. Participam de conferências, webinars e discussões com especialistas.
Entender esse fluxo e respeitar esses movimentos, de quem tradicionalmente ganha dinheiro no mercado brasileiro, é uma das formas inteligentes, que o investidor local pode fazer para que sua experiência na bolsa brasileira seja bem-sucedida.