Em 2008 o mundo todo sentiu os efeitos da crise do subprime causada pelo excesso de crédito ofertado pelos bancos às pessoas com riscos de crédito alto. Tudo isso ocorreu, em grande medida, pelos incentivos que haviam-se feito para captar recursos no mercado e a abundância de dinheiro na economia.
Os bancos de investimentos, assim, emitiam títulos de dívida, captavam recursos e emprestavam para a população. Dentro dessa lógica fica claro que quanto mais títulos e mais empréstimos, maiores eram os bônus. Logo, começou a ser cada vez menos importante quem ia tomar o crédito.
Tudo isso para ilustrar como a economia mundial acabou cheia de títulos de dívida imobiliária que ninguém queria comprar e isso passou a gerar uma crise interna de confiança e um risco para os bancos e para as economias.
A solução pensada foi os bancos centrais ao redor do mundo passarem a atuar no mercado como compradores de títulos, provendo a liquidez que faltava por falta de confiança.
Este movimento foi o chamado de quantitative easing, que vigorou nas economias mundiais nas últimas décadas, contendo os efeitos da crise do subprime, crise do euro e também a crise do Covid.
Permitindo que os indivíduos continuassem a ter acesso a crédito, às empresas captarem recursos com os bancos e o nível de emprego e prosperidade permanecer.
Acontece que os bancos centrais compraram tantos títulos que hoje eles tem um estoque gigantesco destes títulos e começam a ter que controlar um risco que não é a função do banco central controlar.
O movimento de venda de títulos por parte do banco central visando a desalavancagem do portfólio se chama Tapering e começa a ser discutido à medida que as economias voltam a apresentar níveis aceitáveis de inflação e crescimento econômico.
A grande preocupação do mercado é que os bancos centrais passarão a atuar como vendedores de títulos e não mais compradores, o que deve gerar pressão sobre preços de ativos no curto prazo, até que o mercado consiga absorver este movimento.