Durante este ano de eleições o calendário político tem impactado a economia e a bolsa de valores. A menos de um mês do primeiro turno das eleições, o Ibovespa atingiu os 113.000 pontos enquanto investidores e analistas aguardam novos pronunciamentos dos candidatos à presidência.
Após entrevistas individuais, ocorreu a abertura dos debates com o evento na TV bandeirantes. Confirmados, ainda teremos dois debates, no dia 24/09 no SBT e no dia 29/09 na Globo.
Estas são possibilidades para os candidatos entrarem mais a fundo em seus planos econômicos para o governo. Atualmente, segundo a maior parte das pesquisas eleitorais divulgadas, é provável que haja um segundo turno nas eleições presidenciais, com uma disputa entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o candidato Lula.
Para buscar os 120.000 pontos ao final do ano, como era a expectativa da XP e de outras casas de research no começo do semestre, a leitura dos planos econômicos de cada um desses candidatos para o mercado será imprescindível.
Jair Bolsonaro tem em seu plano econômico, divulgado no portal do TSE, como primeiro pilar “avançar e consolidar as políticas de geração de emprego e renda”, defendendo nessa esfera um ambiente de livre mercado de trabalho e uma “melhoria no ambiente de negócios”. Além do objetivo de criar empregos formais para trabalhadores rurais, é enfatizada a continuidade do Auxílio Brasil para 2023.
O plano econômico fala ainda sobre a promoção do crescimento sustentável do PIB no médio e longo prazo, colocando ênfase na importância do ajuste das contas públicas e na relação PIB/Dívida. É esperado um avanço tecnológico no controle e gestão de custos públicos, assim como uma abertura da competitividade no Sistema Financeiro Nacional.
No documento público é ressaltada a ideia de promover e fortalecer a capacidade de agregar valor à agropecuária e a mineração no Brasil, assim como criar ações que promovam a produtividade da economia do país. O plano de Bolsonaro se encerra com o aumento do investimento em tecnologia e digitalização e a implementação da telecomunicação via 5G.
No plano de desenvolvimento econômico do candidato Lula, também é citado como primeiro ponto o aumento de empregos e renda, porém, este define que será adotada uma estratégia oposta ao seu concorrente, onde criaria um modelo “nacional de desenvolvimento justo, solidário, sustentável, soberano e criativo, buscando superar o modelo neoliberal que levou o país ao atraso”.
O documento publicado no portal do TSE ainda fala sobre combater o uso predatório de recursos naturais e estimular atividades econômicas com menor impacto social. Também reforça a vontade de aumentar o investimento em estatais e a importância destas em seu plano de governo.
As diretrizes de Lula ainda falam em revogação do teto de gastos e a revisão do atual regime fiscal brasileiro, onde ele acredita que este deve ser mais flexível e que o atual modelo é “disfuncional e sem credibilidade”. Para o combate da inflação, o ex-presidente tem em seus planos o uso da política de preços de combustíveis e de outros setores. Ao final do plano econômico também é citada a ideia de ajustes para “combater as desigualdades regionais”.
O mercado estará atento aos próximos debates, em que é esperado uma maior demonstração de tais planos econômicos e descobriremos como a bolsa reagirá a cada um deles e aos resultados das pesquisas. Com diversos resultados diferentes, publicados por inúmeros institutos de pesquisa, o resultado do primeiro turno também será uma definição de parâmetros para investidores Institucionais, Internacionais e pessoas físicas.
Reforça-se que o autor e a SmartMoney apresentam-se isentos quanto a escolha política, e este artigo possui o intuito apenas de apresentar os pontos publicados pelos candidatos em seus programas de governo, publicados na plataforma do TSE.