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Segundo turno: Uma leitura dos planos econômicos dos principais candidatos

3 Minutos de leitura

Durante este ano de eleições o calendário político tem impactado a economia e a bolsa de valores. A menos de um mês do primeiro turno das eleições, o Ibovespa atingiu os 113.000 pontos enquanto investidores e analistas aguardam novos pronunciamentos dos candidatos à presidência.

Após entrevistas individuais, ocorreu a abertura dos debates com o evento na TV bandeirantes. Confirmados, ainda teremos dois debates, no dia 24/09 no SBT e no dia 29/09 na Globo.

Estas são possibilidades para os candidatos entrarem mais a fundo em seus planos econômicos para o governo. Atualmente, segundo a maior parte das pesquisas eleitorais divulgadas, é provável que haja um segundo turno nas eleições presidenciais, com uma disputa entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o candidato Lula.

Para buscar os 120.000 pontos ao final do ano, como era a expectativa da XP e de outras casas de research no começo do semestre, a leitura dos planos econômicos de cada um desses candidatos para o mercado será imprescindível.

Jair Bolsonaro tem em seu plano econômico, divulgado no portal do TSE, como primeiro pilar “avançar e consolidar as políticas de geração de emprego e renda”, defendendo nessa esfera um ambiente de livre mercado de trabalho e uma “melhoria no ambiente de negócios”. Além do objetivo de criar empregos formais para trabalhadores rurais, é enfatizada a continuidade do Auxílio Brasil para 2023.

O plano econômico fala ainda sobre a promoção do crescimento sustentável do PIB no médio e longo prazo, colocando ênfase na importância do ajuste das contas públicas e na relação PIB/Dívida. É esperado um avanço tecnológico no controle e gestão de custos públicos, assim como uma abertura da competitividade no Sistema Financeiro Nacional.

No documento público é ressaltada a ideia de promover e fortalecer a capacidade de agregar valor à agropecuária e a mineração no Brasil, assim como criar ações que promovam a produtividade da economia do país. O plano de Bolsonaro se encerra com o aumento do investimento em tecnologia e digitalização e a implementação da telecomunicação via 5G.

No plano de desenvolvimento econômico do candidato Lula, também é citado como primeiro ponto o aumento de empregos e renda, porém, este define que será adotada uma estratégia oposta ao seu concorrente, onde criaria um modelo “nacional de desenvolvimento justo, solidário, sustentável, soberano e criativo, buscando superar o modelo neoliberal que levou o país ao atraso”.

O documento publicado no portal do TSE ainda fala sobre combater o uso predatório de recursos naturais e estimular atividades econômicas com menor impacto social. Também reforça a vontade de aumentar o investimento em estatais e a importância destas em seu plano de governo.

As diretrizes de Lula ainda falam em revogação do teto de gastos e a revisão do atual regime fiscal brasileiro, onde ele acredita que este deve ser mais flexível e que o atual modelo é “disfuncional e sem credibilidade”. Para o combate da inflação, o ex-presidente tem em seus planos o uso da política de preços de combustíveis e de outros setores. Ao final do plano econômico também é citada a ideia de ajustes para “combater as desigualdades regionais”.

O mercado estará atento aos próximos debates, em que é esperado uma maior demonstração de tais planos econômicos e descobriremos como a bolsa reagirá a cada um deles e aos resultados das pesquisas. Com diversos resultados diferentes, publicados por inúmeros institutos de pesquisa, o resultado do primeiro turno também será uma definição de parâmetros para investidores Institucionais, Internacionais e pessoas físicas.

Reforça-se que o autor e a SmartMoney apresentam-se isentos quanto a escolha política, e este artigo possui o intuito apenas de apresentar os pontos publicados pelos candidatos em seus programas de governo, publicados na plataforma do TSE.

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A educação financeira é uma histórica lacuna no nosso modelo de ensino, mas felizmente existem dezenas de iniciativas que trabalham para fechar esse gap, e o projeto desta coluna é mais uma delas. Temos como missão traduzir para você aquele “Economês” frequente no mercado financeiro, além de desmistificar os paradigmas mais comuns do cotidiano de um investidor. Vamos tratar de temas atuais e como eles podem impactar diretamente a maneira como você investe. Vamos propor reflexões sobre o cenário e como tirar o melhor proveito dele. Nosso intuito é trazer um ponto de vista do lado de dentro do mercado, como cada tema é tratado e discutido na frenética mesa de operações – um mundo fascinante. Estaremos aqui todas as segundas-feiras, sempre tratando do que é relevante para você e seus investimentos. Juntos vamos fazer investimentos mais inteligentes!"

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