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Setor elétrico: previsibilidade de receita, resiliência nos resultados e dividendos

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O Brasil conta com um portfólio bastante abrangente de fontes de energia, desde gás natural até as energias eólicas e solares. Segundo o Balanço Energético de 2022, do Ministério de Minas e Energia, em 2021, 56,8% da energia elétrica produzida no Brasil veio de hidrelétricas. Quando somado ao percentual importado de países vizinhos, o número chega a 60,2%. Outras fontes renováveis somam 22,8% de participação na matriz energética. Por essa razão, a matriz enérgica brasileira é considerada uma das mais renováveis do mundo e o país está bem posicionado para ser um líder mundial em energia.

De uma forma geral, as companhias elétricas podem ser classificadas em três grandes segmentos: distribuição, transmissão e geração de energia. Pela resiliência de resultados, o setor elétrico é considerado um segmento defensivo e uma das aplicações mais procuradas na bolsa de valores, seja por investidores iniciantes ou por aqueles com mais tempo de mercado. Abaixo elenco algumas vantagens que tornam o segmento bastante atrativo para investimentos:

  • Serviço básico essencial: o consumo de energia elétrica é considerado um serviço essencial para as famílias e a para as empresas. Independente de crises, períodos de menor consumo ou épocas inflacionárias, as companhias elétricas continuarão tendo uma grande previsibilidade de receita, e os investidores buscam esse tipo de segurança para abrir posições em ações pensando em um portfólio a longo prazo;
  • Empresas com contratos e concessões longos: as empresas de energia elétrica normalmente firmam contratos e concessões de fornecimentos de serviços por muitas décadas, e via de regra esses contratos costumam ser renovados;
  • Monopólios naturais e dificuldades de novos entrantes: empresas do setor de energia tendem a ser monopólios naturais, isto é, atuam naqueles mercados em que é praticamente impossível a entrada de um novo concorrente. Se a companhia fornece energia para uma determinada região, se torna muito caro para outra concorrente entrar no mercado, pois a empresa que já está estabelecida tem um custo fixo menor e não precisa investir grandes recursos em construção de redes para funcionamento;
  • Boas pagadoras de dividendos: por terem receitas, margens e lucros consistentes, as empresas elétricas são excelentes pagadoras de dividendos. Grande parte das companhias listadas não tem projetos muito agressivos de expansão do seu negócio, logo esse excedente de caixa gerado é repartido com os seus acionistas através de dividendos, juros sobre capital próprio ou até mesmo em bonificação de ações.
  • Matriz energética ainda é muito concentrada: a matriz energética brasileira ainda é muito concentrada na geração pelo meio hídrico. Deste modo, as empresas desse setor têm relevante market share e hegemonia na prestação do serviço.

Investir no setor elétrico oferece diversas oportunidades e benefícios tanto para investidores como para o país como um todo. Em suma, o setor elétrico brasileiro tem mostrado um crescimento sólido e contínuo ao longo dos anos, impulsionado pela demanda crescente por energia, a busca por fontes renováveis e as iniciativas do setor privado para modernizar a infraestrutura energética.

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A educação financeira é uma histórica lacuna no nosso modelo de ensino, mas felizmente existem dezenas de iniciativas que trabalham para fechar esse gap, e o projeto desta coluna é mais uma delas. Temos como missão traduzir para você aquele “Economês” frequente no mercado financeiro, além de desmistificar os paradigmas mais comuns do cotidiano de um investidor. Vamos tratar de temas atuais e como eles podem impactar diretamente a maneira como você investe. Vamos propor reflexões sobre o cenário e como tirar o melhor proveito dele. Nosso intuito é trazer um ponto de vista do lado de dentro do mercado, como cada tema é tratado e discutido na frenética mesa de operações – um mundo fascinante. Estaremos aqui todas as segundas-feiras, sempre tratando do que é relevante para você e seus investimentos. Juntos vamos fazer investimentos mais inteligentes!"

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A educação financeira é uma histórica lacuna no nosso modelo de ensino, mas felizmente existem dezenas de iniciativas que trabalham para fechar esse gap, e o projeto desta coluna é mais uma delas. Temos como missão traduzir para você aquele “Economês” frequente no mercado financeiro, além de desmistificar os paradigmas mais comuns do cotidiano de um investidor. Vamos tratar de temas atuais e como eles podem impactar diretamente a maneira como você investe. Vamos propor reflexões sobre o cenário e como tirar o melhor proveito dele. Nosso intuito é trazer um ponto de vista do lado de dentro do mercado, como cada tema é tratado e discutido na frenética mesa de operações – um mundo fascinante. Estaremos aqui todas as segundas-feiras, sempre tratando do que é relevante para você e seus investimentos. Juntos vamos fazer investimentos mais inteligentes!"
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