O Banco Central (BC) publicou nesta quinta-feira (29) mais uma edição do relatório trimestral de inflação, elaborado pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o BC, segundo a publicação, existe uma pequena chance de que a meta da inflação para 2022 seja cumprida.
No relatório anterior, publicado no final de junho, o Banco Central havia admitido que a meta da inflação não seria cumprida em 2022. Agora, o Copom projeta que existe uma chance de 7% de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique dentro da meta.
A meta central da inflação é uma referência, com o BC considerando a mesma oficialmente cumprida caso o IPCA fique até 1,5 ponto percentual acima ou abaixo do objetivo. Para 2022, a meta da inflação foi fixada em 3,5% e será considerada cumprida caso fique entre 2,0% e 5,0%.
O cenário inflacionário, segundo o BC, continua desafiador. A entidade aponta que há uma normalização das cadeias de suprimento e uma ‘acomodação’ nos preços das principais commodities do mercado.
Na outra ponta, no entanto, o baixo grau de ociosidade no mercado de trabalho das principais economias do mundo pode provocar pressões inflacionárias persistentes. O ambiente externo continua ‘adverso e volátil’, com a desaceleração da economia chinesa e a possibilidade de recessão nas principais economias ocidentais forçando uma revisão para baixo nas perspectivas de crescimento da economia global.
As expectativas de crescimento econômico nas principais economias do mundo estão sendo impactadas diretamente pelo movimento de aperto monetário executado por bancos centrais, que tentam controlar a inflação com uma política monetária mais contracionista.
O Brasil, no entanto, se encontra na contramão das principais economias atualmente. Em seu relatório, o Copom destaca o desempenho acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até aqui em 2022 e as revisões para cima nas projeções do mercado.
A versão mais recente do Relatório Focus mostrou que o mercado agora espera a economia brasileira crescendo 2,67% no ano. É a 13ª semana consecutiva de revisões positivas nas projeções para o PIB brasileiro. Na outra ponta, as projeções para o IPCA estão caindo há 13 semanas e agora o mercado projeta a inflação brasileira em 5,88% ao final de 2022.
O IPCA acumula, até o momento, alta de 4,39% em 2022. De acordo com os dados mais recentes do IPCA-15, índice conhecido como a prévia da inflação, setembro tende a ser mais um mês de deflação no país.
De acordo com o relatório, a inflação surpreendeu bastante desde o fim do segundo trimestre do ano. O acumulado em 12 meses até agosto ficou em 8,73%, 2,58 pontos percentuais abaixo do que o esperado pelo BC – que projetava um acumulado de 11,31% até o mês passado. No trimestre encerrado em agosto, o IPCA acumulou deflação de 2,37%.
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Agora, o Copom projeta que a inflação brasileira deve encerrar 2022 em 5,8%, mesmo valor apontado no Focus publicado nesta segunda-feira (26). Segundo o relatório, há 93% de chance de estouro do teto da meta de inflação no ano. Para 2023, a projeção do IPCA pelo comitê subiu de 4,0% para 4,6% e as chances de estouro do teto subiram de 26% para 46%.
Para conferir na íntegra o relatório de inflação de setembro, clique aqui.
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