Como comentamos em outras reportagens, a implementação de moedas digitais deve marcar a nova era dos avanços tecnológicos no mundo econômico. A primeira nação a oficialmente criar uma moeda 100% digital, já em período controlado de testes, é a China. Para muitos, a criação da moeda digital oferece uma ameaça à supremacia do dólar.
Os Estados Unidos ainda não anunciaram uma moeda digital, mas o Fed já sinaliza que essa implementação deve acontecer no futuro após a conclusão de vários estudos sobre o tema.
Agora, o Brasil deve entrar na lista de nações que querem aproveitar essas novas tecnologias. Segundo o coordenador dos trabalhos sobre a moeda digital da instituição, Fabio Araujo, nesta segunda-feira (24) o Brasil pode ter condições para a implementação de um real digital para os próximos três anos.
Segundo o BC, as diretrizes que envolvem a implementação da moeda digital abordam uma “ênfase na possibilidade de desenvolvimento de modelos inovadores a partir de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts), internet das coisas (IoT) e dinheiro programável”.
A moeda digital usaria a tecnologia de blockchain para maior segurança, recurso que é usado pelas principais criptomoedas do mundo, além de ser usado no Yuan digital na China.
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Além disso, entre as diretrizes, está a “capacidade para realizar operações online e eventualmente operações offline; ausência de remuneração; garantia da segurança jurídica em suas operações; e a adoção de padrões de resiliência e segurança cibernética equivalentes aos aplicáveis a infraestruturas críticas do mercado financeiro”.
Segundo a entidade, a moeda seria uma extensão da física, com a distribuição intermediada pelos órgãos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
No momento, faltam diálogos com o setor privado e estudos, principalmente na área de cibersegurança e sobre medidas que visam impedir esquemas de lavagem de dinheiro pelo sistema.
Assim como no caso do Yuan digital, o “real digital” usará como lastro o próprio real, diferente de criptomoedas como o Bitcoin que são indexados no dólar.
Foto: Agência Brasil / Divulgação