A BRF, empresa multinacional brasileira do ramo alimentício divulgou um plano de expansão, com uma gama de mudanças, a ser aplicado na próxima década, no qual pretende investir mais de R$ 55 bilhões, com foco em uma receita anual superior a R$ 100 bilhões neste período. O objetivo é único: levar a empresa ao controle do mercado de gêneros industrializados. O apetite da empresa em crescer está alinhado com uma predisposição de consumo no âmbito familiar, em função da pandemia.
Para isso, há diversas transformações a serem feitas e que fazem parte deste plano da BRF. Entre eles, reforçar a posição no setor de produtos com alto valor agregado, atendendo assim muito além da necessidade básica do cliente; expansão internacional e ampliação na participação do mercado de pratos prontos, cuja evolução foi notável nos últimos tempos. Depois da divulgação dos projetos, a BRF, que obteve um faturamento de R$ 33,5 bilhões em 2019, teve suas ações ON fechando o dia com uma alta de 8,69%.
Seguindo a tendência de crescimento no setor de industrializados, a empresa espera aumentar em 20% a parcela de sua carteira de exposição com alimentos industrializados, passando assim para mais de 70%. Em nível internacional, o argumento é a diferenciação geográfica, com abertura de novos caminhos, sendo que países localizados na América do Norte, Europa e África, terão mais atenção nos próximos 10 anos, ajustando o foco principalmente em produtos halal, alimento que em árabe significa lícito, autorizado e que possui regras tanto para o abate quanto na fabricação.
Para aumentar a capacidade de produção assim como ampliar o mix de produtos nas unidades brasileiras, a BRF pretende modernizar e adequar as fábricas já instaladas, considerando o produto de maior valor agregado, a carne suína, que apresenta uma forte tendência de crescer. A empresa informou que nos cinco últimos anos, o consumo anual no Brasil, por pessoa, cresceu de 10 para 15 quilos. E é essa proteína que deve se manter nos pratos brasileiros, em termos de preço e qualidade, além de ser uma das mais consumidas no mundo.
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Produtos veganos também estão nos planos da empresa, em razão da expansão deste mercado que substitui a proteína animal por plantas, como por exemplo, hambúrgueres vegetais. Mas para isso é necessário maior tecnologia para que seja dado ampla popularização dos produtos, acredita a empresa, que aponta ainda investimentos na redução de custos de produção e investimentos em desenvolvimento de novos produtos que agreguem qualidade em todos os aspectos, sempre com o direcionamento na liderança de mercado.
Com o objetivo de aproximar ainda mais a empresa do consumidor, a BRF aposta em cooperação e parcerias com redes de varejo e aplicativos de alimentos, como o iFood, por exemplo. Além disso, vai expandir uma loja online, a Mercato em Casa, para espaços físicos. Uma primeira já foi inaugurada em São Paulo e até o final deste ano, mais 100 estarão junto a supermercados espalhados pelo País.